Quantcast
Channel: Blog 365 Filmes - Cinema além dos créditos finais
Viewing all 281 articles
Browse latest View live

Cinema Brasilis: o cinema brasileiro como você nunca viu

$
0
0
Qual é a sua visão sobre o cinema brasileiro? Procura sempre assistir às produções do país, ou tem aquela ideia de que não valem tanto a pena? Conhece o contexto por trás dos filmes?

Partindo da ideia de resgatar a história do cinema brasileiro, o Cinemascope está lançando a série Cinema Brasilis, composta por 12 episódios, que trará várias curiosidades das produções do país, desde o século XIX até os dias atuais. Através de exemplos, passagens e marcos importantes para a historiografia cinematográfica do Brasil, seguindo uma linha cronológica, serão abordados temas como o início de tudo e precoce domínio de distribuidoras americanas e francesas, Cinema Paulista, Cinema Mineiro, a era dos estúdios (Cinédia, Atlântida, Maristela e Vera Cruz), Cinema da Boca do Lixo e muito mais.

Teaser da série

De acordo com Joyce Pais, fundadora e editora-chefe do Cinemascope, a ideia do projeto veio a partir de uma visão genérica e presunçosa de que muitas pessoas compartilham a respeito do cinema brasileiro. “É comum escutar por aí muita gente falando que não gosta de cinema brasileiro, mas quando questionadas, geralmente elas disparam ‘argumentos’ que se baseiam em lugares-comuns, como o clássico de que nosso cinema ‘só tem favela, putaria e palavrão’, explica Joyce. “Este ano, sobretudo por conta de um documentário que estou dirigindo junto com a Sttela Vasco (também editora do Cinemascope), imergi num processo de pesquisa e aprofundamento relacionado ao cinema brasileiro. Foram tantas as descobertas, que eu me senti quase na obrigação de compartilhar isso de alguma forma”, completa.

Ainda segundo Joyce, um dos desafios do Cinema Brasilis está em despertar o interessedo público para as produções brasileiras. “O que estamos fazendo é apenas jogar luz numa história que, infelizmente, é pouco conhecida pelo grande público. Não sabemos qual será o real alcance dessa série, mas esperamos que após assisti-la, os espectadores possam dar uma chance para as nossas produções, que são tão diversas e falam tanto sobre o nosso país e nossa gente”.

Primeiro episódio do Cinema Brasilis

Os episódios serão disponibilizados semanalmente no canal do Youtube do Cinemascope, começando hoje com este vídeo acima, e são apresentados por Donny Correia, cineasta e pesquisador de História do Cinema pela Universidade de São Paulo (USP). A série está contando também com o apoio da 365 Filmes e Assiste Brasil.
--

Confira nossa camiseta com frases clássicas do cinema brasileiro!



Seria mesmo o fim do mundo?

$
0
0



É Apenas o Fim do Mundo - Juste La Fin Du Monde, no original - dividiu a opinião do público e da crítica como nenhum outro filme do jovem diretor Xavier Dolan. A polarização foi tanta que ao mesmo tempo em que a produção foi vaiada em sua estreia em Cannes, também levou para casa o Grande Prêmio do Júri, segundo prêmio mais respeitado do festival atrás apenas da Palma de Ouro. O canadense fez jus ao seu título de enfant terrible trazendo uma inovação impressionante e uma certa rebeldia para as telonas. 

Baseado na peça homônima de Jean-Luc Lagarce, a história gira em torno de Louis, interpretado por Gaspar Ulliel (Hannibal - A Origem do Mal), um dramaturgo que retorna à casa de sua família, após uma longa ausência, para anunciar que está morrendo. Sua visita vai desencadear uma série de conflitos que tinham sido o motivo para Louis se afastar de seus familiares em primeiro lugar. O longa é uma história do mais puro amor expressado da forma mais turbulenta.

Novo filme de Dolan conta com nomes como Marion Cotillard e Vincent Cassel no elenco

Com o roteiro adaptado pelo próprio diretor, o filme não nega sua origem teatral. Os diálogos são extensos e alguns chegam a ser quase monólogos, o que rendeu ótimas performances do elenco. Os personagens de Vincent Cassel (Em Transe), Marion Cotillard (A Origem), Léa Seydoux (Azul é a Cor Mais Quente) e Nathalie Baye (Prenda-Me Se For Capaz) orbitam em torno do irmão visitante e, um por um, roubam a cena enquanto conversam em particular com Louis. Essa natureza teatral, no entanto, não anula a linguagem cinematográfica muito bem trabalhada. 

Dolan faz o que não poderia ser feito em um palco. Trocas de olhares entre os personagens e trejeitos mínimos tomam grande tempo de tela, enquanto as brigas – que, à primeira vista, parecem ser o ponto principal do enredo – são quase marginalizadas, muitas vezes acontecendo fora de campo. O foco e a iluminação assumem um tom subjetivo aos personagens e, aliados a uma montagem expressional, são de grande importância para a construção narrativa e sensorial da história. Isso tudo aliado à intensa trilha sonora de Gabriel Yared, que já tinha trabalhado com o diretor, em 2013, no suspense "Tom Na Fazenda". 
A trama carrega uma forte sensação de desconforto - apesar de seu tom intimista -


A trama tem um tom muito intimista, mas isso não quer dizer que é acolhedora. A família não tem carisma e é nessa falta de carisma que o elenco de peso baseia sua química tão dinâmica e conflitante. O espectador é posto numa posição de desconforto enquanto assiste aos conflitos se desenvolverem em ambientes limitados e em cortes em primeiríssimo plano. São esses elementos que dão o tom angustiante para a produção, fazendo a audiência se sentir tão sufocada quanto os personagens no incômodo calor do verão – que é constantemente criticado nas conversas em família.

insatisfação de grande parte do público com É Apenas o Fim do Mundo não passa despercebida, basta checar em sites como o Rotten Tomatoes para ver que a média de avaliação não passa dos 50%. Isso se tornou um motivo de preocupação quando o filme foi escolhido como representante do Canadá para o Oscar. Apesar do mérito ganhado em Cannes, o impacto de uma produção tão polarizadora nos votantes da Academia é imprevisível.  
Marion Cotillard, Xavier Dolan e Nathalie Baye nos bastidores


A proposta do filme é justamente ser algo difícil de assistir. Dolan cumpre isso do início ao fim, sem facilitar em momento algum a posição de desconforto em que coloca a audiência. A história é indigesta e sufocante por si só e o tom intimista dado pelo diretor apenas amplia essas características. Mesmo que É Apenas o Fim do Mundo gere incômodo, colocar sua qualidade cinematográfica em dúvida é completamente injusto.

Aqui no Brasil, o filme estreou no Festival do Rio e chega às salas de cinema no final de novembro. Confira o trailer legendado:

Os melhores improvisos do cinema

$
0
0

Um bom roteiro é extremamente importante para a qualidade e posteriormente, sucesso de um filme. Sem o trabalho do roteirista, não adianta uma direção e fotografia maravilhosas, por exemplo.


O cinema tem vários momentos marcantes, cenas e diálogos que de tão popular já se tornaram clássicos. E se eu te disser que algumas cenas que a gente conhece tão bem (e ama) foram apenas improviso dos atores? Que aquela cena famosa que todo mundo cita e imita não estava planejada? 
Selecionamos sete exemplos famosos e um bônus especial:


1. Taxi Driver: "You talking to me?"
Taxi Driver | Martin Scorsese | 1976

Em uma das cenas mais marcantes do filme "Taxi Driver", de Martin Scorsese, o instável taxista Travis Bickle, personagem de Robert DeNiro, repete várias vezes a frase “You talking to me?”(algo como "você está falando comigo?").  Não havia falas escritas para essa cena, no roteiro apenas constava: “Travis fala consigo mesmo em frente ao espelho”. De Niro, então, improvisou todo o diálogo e nos presenteou com a icônica frase. Diz aí, você já fez isso na frente do espelho alguma vez? Confira a cena completa, em inglês, aqui.

2) Laranja Mecânica: Cantando na Chuva

A Clockwork Orange | Stanley Kubrick | 1972
Stanley Kubrick estava insatisfeito com o resultado da cena de invasão e estupro em "Laranja Mecânica" (1971). O que ele fez então? Disse para o ator Malcolm McDowell, que interpreta o protagonista Alex, fazer o que ele quisesse. O resultado é uma cena perturbadora de violência com Singin' in the Rain como trilha sonora.

3) Batman: O Cavaleiro das Trevas - Why So Serious?

The Dark Knight | Christopher Nolan | 2008
São duas as cenas que foram improvisadas pelo eterno Heath Ledger, personificando um dos melhores - ou seria piores? - vilões de todos os tempos. A primeira, quando Coringadetona as bombas no hospital, ele deveria ir direto para o ônibus, mas suas ações e pausas para mexer no controle remoto não estão no roteiro. E a segunda, quando Gordoné promovido a comissário, podemos ver como a interpretação de Ledger no palhaço é brilhante: as palmas do Coringa são lentas, simples inquietantes, e improvisadas.


4) Tubarão: "You're gonna need a bigger boat!"

Jaws | Steven Spielberg | 1975
Após dar uma olhadinha no tamanho real do tubarão, o chefe de polícia da ilha de Amity, Brody (Roy Scheider) simplesmente vai para dentro do barco, se vira para o Capitão Quint (Robert Shaw) e diz: “Você vai precisar de um barco maior”. A fala também não estava no script do filme de Spielberg.

5) O Iluminado: "Here's Johnny!"

The Shining | Stanley Kubrick | 1980
Outra frase muito famosa da sétima arte que não estava no roteiro é a do filme “O Iluminado”. Quando Jack, interpretado pelo grande Jack Nicholson, está destruindo a porta do banheiro com um machado, atrás de sua esposa, ele se encaixa no buraco da porta e diz a frase “Here’s Johnny!” (Aqui está Johnny!), conhecida por ser dita pelo apresentador Ed McMahon no programa Tonight Show. Você confere a cena do filme abaixo, que é uma das melhores atuações da carreira de Jack Nicholson:



6) Star Wars V, O Império Contra Ataca: "I love you", "I know."

Star Wars: The Empire Strikes Back | George Lucas | 1980
Apesar de toda a implicância entre os personagens de Star Wars, quando Han Solo (Harrison Ford) estava prestes a ser congelado em carbonite, a Princesa Leia (Carrie Fisher) admite seu amor pelo contrabandista mais querido da galáxia, dizendo “eu te amo”. No roteiro, Solo deveria responder “Eu também te amo”, mas Harrison Ford decidiu que “eu sei” combinava mais com a personalidade do seu personagem. Confira a cenaaqui.

7) Blade Runner, O Caçador de Androides (e o final poético)

Blade Runner | Ridley Scott | 1982
Em Blade Runner (1982), o diálogo entre Rick (Harrison Ford) e Roy (Rutger Hauer) nos momentos finais do filme, foi improvisado pelo ator holandês. Em uma frase que se tornou uma das mais famosas do cinema, Hauer diz: "Todos esses momentos se perderão no tempo... como lágrimas na chuva". Veja a cena final aqui.

Bônus: Django Livre

Django Unchained | Quentin Tarantino | 2012
Leonardo DiCaprio se cortou de verdade em uma das cenas de "Django Livre", de Quentin Tarantino. Na sequência, ele está gritando com os outros personagens quando bate a mão na mesa e acaba se machucando. Porém, DiCaprio continuou a gravar a cena mesmo assim, sangrando, como se nada tivesse acontecido. E acaba esfregando seu próprio sangue no rosto da atriz Kerry Washington! Confira:


Lembra de outras cenas de improviso no cinema? Compartilhe com a gente!
--

13 filmes independentes de terror para o Dia das Bruxas

$
0
0
O mercado independente sempre emplacou sucessos desde as origens do gênero de terror. Grandes franquias comerciais, como a clássica Halloween da década de 70, tiveram início nesse tipo de produção. Para além do baixo orçamento, os filmes indie também sempre foram sinônimo de inovação. No entanto, nos últimos anos, as divergências entre os grandes estúdios e as produções independentes parecem aumentar cada vez mais.

O controverso A Bruxa lançou luz sobre um ramo de filmes, em sua maioria de diretores estreantes, que vêm criando uma espécie de vanguarda para um novo tipo de fãs de terror.

Para comemorar o Dia das Bruxas, selecionamos 13 filmes independentes de terror para você aproveitar hoje com uma pipoca e, claro, as luzes apagadas!

1) Corrente do Mal

It Follows | David Robert Mitchell | EUA | 2015
À primeira vista, a ideia de uma maldição que deve ser passada à diante é bem clichê, mas Corrente do Mal deu uma abordagem refrescante e metafórica ao enredo. Estrelado pela queridinha dos filmes indie Maika Monroe, o filme constrói uma tensão gradativa enquanto a protagonista é perseguida por uma entidade que pode assumir o corpo de qualquer um em cena. A direção, repleta de giros 360º aflitivos, aliada aos cenários desolados de Detroit e à trilha sonora sintética e vintage do compositor Disasterpiece dão um tom sinistro para esse drama adolescente. 


2) Babadook

The Babadook | Jennifer Kent | Austrália | Canadá | 2014
O terror psicológico segue a vida da viúva Amelia (Essie Davis) e seu filho Samuel (Noah Wiseman) que são atormentados por uma entidade do mal saída de um livro infantil. Misturando fantasia ao seu enredo e sem nunca mostrar o monstro completamente, a história é uma alegoria bem trabalhada para outro problema que a família tem que aprender a lidar: a depressão da mãe. A estreia de Jennifer Kent como diretora arrebatou os festivais de cinema e a protagonista Essie Davis foi até cotada por alguns críticos para uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

3) Sob a Sombra

Zir-e Sayeh | Babak Anvari | Irã | 2016
A história dessa aclamada produção se estabelece na cidade de Teerã, em 1988, último ano da guerra entre o Irã e o Iraque. Após um míssil atingir o prédio delas, Shideh (Narges Rashidi) e Dorsa (Avin Manshadi) têm que lidar com uma presença misteriosa no apartamento em que moram. O clima da guerra e a claustrofobia do cenário são manifestações de uma restrição muito maior à essa mãe e sua filha: o filme também mostra a opressão sofrida pelas mulheres iranianas.

4) O Convite

The Invitation | Karyn Kusama | EUA | 2015
O retorno da diretora Karyn Kusama (Garota Infernal) para as telonas depois de alguns fracassos comerciais parece ter agradado a audiência. O Conviteé uma história de paranoia onde Will (Logan Marshall-Green) começa a suspeitar das intenções de sua ex-esposa e do novo marido dela ao darem uma festa para reunir os antigos amigos. O filme explora com calma cada personagem enquanto aumenta o clima de tensão da trama. O elenco conta com Michiel Huisman, conhecido por interpretar o personagem Daario Naharis de Guerra dos Tronos.

7) Boa Noite, Mamãe

Ich Seh Ich Seh | Severin Fiala, Veronika Franz | Áustria | 2014


Crianças não são narradoras confiáveis por causa de sua inteligência fértil e esse longa austríaco usa isso ao seu favor. A trama se baseia na ideia da Síndrome de Capgras, um transtorno no qual um individuo desconfia que alguém próximo dele foi substituído por um impostorQuando a mãe volta de uma cirurgia plástica facial, os gêmeos Elias (Elias Schwarz) e Lukas (Lukas Schwarz) começam a estranhar a sua nova aparência e os seus novos comportamentos. Ameaçados, os irmãos começam a revidar.

6) Ainda Estamos Aqui

We Are Still Here | Ted Geoghegan | EUA | 2015
A ideia de uma casa assombrada já está pra lá de desgastada, mas mesmo assim esse destaque de vários festivais nos Estados Unidosé divertido de assistir. Recaindo de propósito aos clichês, a história é ambientada no final dos anos 60, quando um casal compra uma antiga casa de campo após a morte do filho. O filme tem uma natureza retrô que vai de encontro com uma nostalgia em relação aos clássicos cada vez mais presente nas produções atuais. 


7) Entes Queridos

The Loved Ones | Sean Byrne | Austrália | 2010 
Essa pérola do cinema australiano revisitou vários clichês do terror com uma irreverência admirável e se tornou um sucessocult. Lola (Robin McLeavy) é uma garota tímida que cria um plano de vingança após ser rejeitada pelo seu amor platônico. O filme abusa das cenas de violência que, apesar de parecerem gratuitas, contribuem para a natureza extrema e imprevisível dessa história bizarra com reviravoltas inusitadas. As performances no filme também são surpreendentes, com destaque para a protagonista que cria uma vilã ao mesmo tempo psicótica e carismática. 

8) Você é o Próximo

You’re Next | Adam Wingard | EUA | 2011
Você é o Próximo não quebra nenhum precedente, mas segue à risca as fórmulas que dão certo. Uma família busca refúgio em sua casa de campo para comemorar um aniversário de casamento. Durante o jantar, eles são encurralados por uma gangue de assassinos mascarados que vão eliminando um a um, sem motivo aparente. Com inúmeras cenas de violência gráfica, o filme não perde sua natureza bem humorada enquanto os integrantes da família começam a revidar os ataques.


9) El Gigante

El Gigante | Gigi Saul Guerrero, Luke Bramley | México | 2014
Esse curta-metragem mexicano fez um grande sucesso nos festivais norte-americanos. Armando (Edwin Perez) é capturado por uma família sádica na fronteira do México com os Estados Unidos. Sua única saída é ganhar uma luta com o terrível El Gigante. Em apenas 14 minutos o curta aborda temas como imigração ilegal, canibalismo e a popular lucha libre mexicana. Depois de seu sucesso limitado, a produção foi comprada por um grande estúdio, agora resta saber qual vai ser o seu destino – e, o mais importante, se ele vai agradar a audiência.


10) Infectado

Afflicted | Derek Lee, Clif Prowse | Canadá | 2013

A história acompanha uma dupla de amigos por uma viagem na Europa depois de acontecimentos bem estranhos, trazendo uma versão moderna dos vampiros, mas ainda se atendo às raízes das lendas. A grande jogada do filme é ser todo filmado numa espécie de vlogde viagem. Cheio de efeitos especiais convincentes e cenas de ação, o filme levou o formato de found footage para além, ao apresentar os próprios diretores como os protagonistas da trama.

11) Primavera

Spring | Justin Benson, Aaron Moorhead | EUA | 2014
A garota dos sonhos não parece tão perfeita e a primavera não parece tão florida. Essa produção que foi apelidada por alguns críticos como o “Antes do Amanhecer Sobrenatural” mistura terror, romance e ficção científica enquanto explora as belas paisagens da costa italiana. Apesar do sangue ser um elemento constante nas cenas, o filme pende mais para uma fantasia com tons poéticos do que para um slasherviolento. O resultado é uma estranheza que vale a pena conferir. 

12) O Pesadelo – Paralisia do Sono

The Nightmare | Rodney Ascher | EUA | 2015
E quem disse que as produções independentes se resumem à ficção? A paralisia do sono é um transtorno que acomete milhares de pessoas no mundo, fazendo com que o individuo acorde, mas não possa se mexer. Um sintoma comum é a alucinação, e esse documentário abusou ao trazer simulações de arrepiar.


13) Cabrito

Cabrito | Luciano de Azevedo | Brasil | 2015
Fanatismo religioso e canibalismo. São essas as principais fontes de terror nesse impressionante curta-metragem brasileiro. A história segue um vendedor de algodão doce com uma mãe religiosa e um caso com uma prostituta grávida. A produção não poupa no sangue nem no simbolismo para construir uma trama com raízes bíblicas. Cabrito passou por festivais dentro e fora do Brasil e foi coberto de elogios pelo seu cuidado técnico e pelas suas atuações.

Vai encarar algum deles? Depois conte para a gente o que achou ;)

A Garota no Trem

$
0
0
Lançado na última quinta-feira, dia 27, A Garota no Trem (The Girl On The Train) foi dirigido por Tate Taylor e trouxe Emily Blunt (O Diabo Veste Prada) no papel principal. O filme é baseado no best-seller homônimo de Paula Hawkins, lançado em 2015. Muitos compararam o estilo de suspense de Hawkins com o de Gillian Flynn, autora de “Garota Exemplar” (Gone Girl), que também foi um sucesso nos cinemas.

O filme traz a história de três mulheres, cada uma lutando seus dramas e demônios pessoais. Emily Blunt é Rachel, Rebecca Ferguson (Missão Impossível: Nação Secreta) é Anna e Haley Bennett (Letra e Música) é Megan.

Anna (Rebecca Ferguson) e Tom (Justin Theroux), ex-marido de Rachel
Logo no início descobrimos que as histórias das três estão entrelaçadas e serão o ponto central do filme. Rachel é uma alcoólatra em negação e pega um trem todos os dias fingindo ir para o trabalho do qual foi demitida há meses por conta dos seus problemas com a bebida. Nessa viagem de trem ela observa Megan e sua vida aparentemente perfeita ao lado de seu marido. Ao mesmo tempo, ela não pode deixar de lembrar da casa onde morava, na mesma rua de Megan, que agora pertence à Anna e Tom, ex-marido de Rachel. 

Uma noite, Megan desaparece. Rachel estava no lugar errado e na hora errada. Sua obsessão pela vida perfeita de Megan e seu problema com álcool fazem dela a principal suspeita do caso. Porém, Rachel tem apenas flashes da noite do desaparecimento de Megan. Mas os flashes dizem que algo muito ruim aconteceu naquela noite. 

Para ser feita a divisão dessas histórias no início do filme, foi utilizada uma tela preta com os nomes das respectivas personagens e o período de tempo, como uma forma de facilitar o entendimento do filme. Mas a narrativa bem construída acaba dispensando a necessidade deste item para compreender a história.
A atriz Haley Bennett, que interpreta Megan, já participou de filmes como "Sete Homens e Um Destino" e "Letra e Música" 
Quando entendemos a relação entre essas três mulheres, a trama se torna mais clara e extremamente cativante. É claro que seus relacionamentos amorosos também são de grande importância para todo o desenrolar do filme. Temos Luke Evans (Os Três Mosqueteiros) no papel de Scott, marido de Megan, e Justin Theroux (As Panteras Detonando) no papel de Tom, ex-marido de Rachel e marido de Anna. 

Um filme com tantas histórias entrelaçadas pode parecer confuso, mas o diretor, Tate Taylor, conseguiu trabalhar muito bem a narrativa do filme. Seu início é mais lento e doloroso, quando acompanhamos a depressão de Rachel e suas bebedeiras. Mas quando Megan desaparece, o frenesié instantâneo. 
A protagonista, interpretada por Emily Blunt, consegue despertar empatia no espectador
É importante ressaltar a excelente atuação de Emily Blunt. A atriz conseguiu despertar empatia no espectador, mesmo trabalhando com uma personagem desagradável, como é descrita nos livros. Com os olhos sempre inchados e vermelhos, a atriz superou a personagem. 

Já em questões técnicas, é notável que o enquadramento foi intencionalmente feito para incomodar o espectador. Sempre focado no rosto de Rachel, trêmulo e desfocado quando ela estava alterada pela bebida. 
A escritora Paula Hawkins e Emily Blunt conversam no set do filme
Quando falamos da adaptação do livro, eu como leitora, preferi o filme. Como já comentei, Rachel é uma personagem desagradável na maior parte do tempo, e até "chata". Ela não desperta nenhum tipo de sentimento no leitor, nem mesmo pena. Já no filme, a atuação de Emily Blunt tornou a personagem muito mais empática. Outro ponto muito positivo da adaptação é que o suspense central da trama não ficou evidente do mesmo jeito que ficou no livro.

E você? Já viu o filme ou leu o livro? Conte para a gente a sua experiência!

A magia dos GIFs 3D

$
0
0

Provavelmente você já viu algum GIF com essas linhas brancas pela Internet, criando uma ilusão de ótica e gerando um efeito 3D em uma tela normal. A brincadeira começou no Tumblr, quando usuários perceberam que o efeito era gerado separando as imagens com linhas brancas e resultando em uma imagem tridimensional

Os GIFs 3D enganam nosso cérebro assim: usam linhas brancas verticais e fundo desfocado. Inicialmente essas linhas estão na frente da imagem, no entanto, quando o objeto principal – que será o 3D – se aproxima, as linhas vão para trás dele e o fundo perde o foco. Para os nossos olhos, isso gera a impressão de aproximação

Tudo que a pessoa precisa para transformar um vídeo em um GIF 3D é Photoshop e, claro, paciência, já que é preciso editar layer por layer. Confira alguns exemplos de filmes e séries:












Parece magia, mas é só ilusão, e ainda desbanca muitos filmes com a tecnologia tridimensional!

Cidade dos Mortos: e se uma epidemia zumbi surgisse em São Paulo?

$
0
0
E se uma epidemia zumbi surgisse em São Paulo? A cidade iria parar imediatamente? A doença se espalharia tão rápido, que logo o país todo só seria habitado por zumbis? "Se um dia, de fato, os zumbis aparecessem, a civilização entraria em colapso como costumamos ver nos filmes?” Foi pensando nessa pergunta que “Cidade dos Mortos” surgiu, um longa-metragem ambientado na cidade de São Paulo.

Para a equipe, as pessoas provavelmente continuariam vivendo suas vidas. A ideia surgiu em 2008 pelo produtor e roteirista Rodrigo Prata, e narra um dia na vida de uma mercenária profissional, Joana, contratada para caçar e exterminar zumbis. Na trama, os zumbis são pessoas contaminadas com uma doença infecto-contagiosa, transmitida por meio da saliva ou do contato com o sangue. A doença afeta o sistema nervoso central, lentamente tornando seus portadores em criaturas irracionais e violentas, que atacam quando estão com fome ou assustados. 

Segundo Fernanda Gonçalves, que interpreta a protagonista, a narrativa faz, de certa forma, “um paralelo com os problemas sociais - como a questão do crack - que é muito forte nos centros urbanos brasileiros”.


“No universo que criamos, essa doença se espalharia pela cidade de forma gradual, ou seja, o caos não se instauraria imediatamente. As pessoas ficam apreensivas, mas continuam estudando, trabalhando, seguindo o curso normal de suas vidas, apenas com um pouco mais de cuidado, talvez”, explica Fernanda. “O que a gente quer mostrar no filme é isso: a tentativa de barrar o avanço desse surto epidêmico, antes que o apocalipse aconteça. Portanto, nossa história se passa num cenário pré-apocalíptico, ao contrário da maioria dos filmes de zumbi”.
Ter Joana como protagonista não era a ideia original de “Cidade dos Mortos”. ​Quando Rodrigo Prata tirou o roteiro da gaveta, ano passado, para finalmente fazer a história virar filme, ele teve a ideia de transformar o protagonista, que era homem, em uma mulher. “Esse é um fenômeno cada vez mais comum em Hollywood: personagens que no roteiro são homens, mas acabam sendo interpretados por mulheres. Isso é outra coisa que a gente quer mostrar com ‘Cidade dos Mortos’, que o protagonismo feminino pode acontecer em filmes que não necessariamente tenham sido escritos pensando em atrizes, e que os filmes de gênero, com heroínas fortes e 'badass' não precisam ter uma protagonista sexualizada para fazerem sucesso entre o público”, explica Fernanda.

Para interpretar Joana, a atriz tem feito aulas de tiro, muay thai e estudado filmes com a temática e personagens que se assemelham à protagonista. “Eu nunca havia tido contato com armas ou lutas, minha formação pessoal e artística vêm de outro lugar. No entanto, estou me envolvendo cada vez mais com o universo da Joana e comprometida a me esforçar ao máximo para interpretá-la da forma que o roteiro pede”, conta.


Os cinco primeiros minutos do roteiro já estão gravados, contando como um filme promocional de “Cidade dos Mortos”. A equipe pretende chamar a atenção ao projeto, viabilizando o desenvolvimento do longa, enquanto também consideram o grande público brasileiro que se interessa por suspense, terror, fantasia, ficção científica, e as poucas produções nacionais desses mesmos gêneros. “Para fazer bem feito, com boa qualidade técnica e possibilitando explorar as qualidades artísticas de cada um dos membros da equipe, era preciso investir dinheiro no projeto. No entanto, o dinheiro que tínhamos não era suficiente para produzir (e pós-produzir) o filme inteiro. Por isso surgiu a ideia de fazer esse teaser: para introduzir o universo que queremos explorar e o conceito estético que será trabalhado no longa. Quem sabe assim conseguimos chamar a atenção do público interessado nesse tipo de conteúdo e, por consequência, de distribuidoras interessadas em viabilizar a produção do filme”, diz Fernanda. 

Saiba mais sobre o projeto pelo site oficial de "Cidade dos Mortos"e pela página  no Facebook.

10 Filmes Metalinguísticos

$
0
0
De acordo com o dicionário online, a metalinguagemé definida como "tipo de linguagem cujo propósito é descrever ou falar da própria ou de qualquer outra linguagem". Mas e no cinema, aonde essa forma de linguagem se encaixa? Temos muitos filmes que retratam essa forma de expressão. Pode ser um filme sobre um filme ou que fale somente sobre os bastidores, uma história de um ator ou diretor.

A narrativa com a presença da metalinguagem é rica e cheia de possibilidades. E esses filmes, claro, são sempre uma homenagem à sétima arte. Confira 10 filmes sobre o tema:


1) A Noite Americana 

La nuit américaine | François Truffaut | França | 1973
O filme “A Noite Americana” de François Truffaut, ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, retrata a produção e filmagem de um longa. O próprio Truffaut interpreta o diretor do filme, e tem que lidar com todas as crises dos atores e imprevistos que ocorrem nos bastidores, como uma atriz mais velha que não consegue se lembrar de suas falas e fazer com que um gato "obedeça" ao roteiro. O nome do filme também faz referência à técnica “Day for Night (Noite Americana)” muito utilizada por Hollywood antigamente, em que cenas filmadas durante o dia eram transformadas em cenas noturnas.

2) Crepúsculo dos Deuses 

Sunset Boulevard | Billy Wilder | EUA | 1950


Ganhador do Oscar de Melhor Roteiro, Direção de Arte e Trilha Sonora, "Crepúsculo dos Deuses"é ambientado na Hollywood dos anos 50 e acompanha a decadente estrela Norma Desmond. Sucesso do cinema mudo, Norma sonha com seu retorno às telas enquanto vive reclusa em sua mansão em Sunset Boulevard. O roteirista Joe Gillis parece ser sua grande chance, porém a personalidade de Norma reserva surpresas. Com a chegada dos filmes falados, o declínio de grandes estrelas do cinema mudo foi um acontecimento recorrente. A própria atriz que interpreta a protagonista Norma, Gloria Swanson, tem uma trajetória similar de ascensão e queda.

3) Cantando na Chuva (1952)

Singin' in the Rain | Gene Kelly, Stanley Donen | EUA | 1952


Clássico do gênero musical, a história mostra a revolução que a chegada do cinema falado causou nos estúdios. No filme, dois grandes astros do cinema mudo da época, Don e Lina, têm que se adaptar à essa nova forma de fazer cinema. A próxima produção é um musical, no entanto ninguém esperava que a estrela Lina Lamont não tivesse uma voz bonita e não soubesse cantar. A novata Kathy Selden é chamada para dublar Lina, mas as gravações acabam ficando confusas, porque ninguém da equipe sabe usar direito essa "nova" tecnologia.


4) A Rosa Púrpura do Cairo 

The Purple Rose of Cairo | Woody Allen | EUA | 1985
O próprio diretor Woody Allen já declarou várias vezes: "A Rosa Púrpura do Cairo"é um dos seus filmes que mais gosta. A história se passa em 1935, durante a Grande Depressão que atingiu os EUA. Cecilia, uma pobre garçonete, gosta de assistir filmes para fugir da realidade, quando um dia Tom, o herói de "A Rosa Púrpura do Cairo" sai da tela para a vida de Cecilia. O ator que interpreta Tom também vai atrás deles para tentar resolver a situação. Enquanto isso, Hollywood enlouquece porque outros Tom’s estão ameaçando deixar a tela de outros cinemas.


5) Cinema Paradiso 

Nuovo Cinema Paradiso | Giuseppe Tornatore | Itália, França | 1988
Um cineasta de sucesso retorna à sua cidade natal na Itália, para o enterro do velho amigo Alfredo. Nesse retorno, ele relembra sua infância, a descoberta de seu amor pelo cinema e o começo de sua amizade com Alfredo, o projecionista do cinema local. Ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “Cinema Paradiso” é um filme que mostra o nascimento de um cinéfilo e explora a cultura dos cinemas tradicionais. 

6) O Artista

The Artist | Michel Hazanavicius | França | 2011
O filme francês mais premiado da história, dono de cinco estatuetas do Oscar: Melhor Filme, Melhor Diretor para Michel Hazanavicius, Melhor Ator para Jean Dujardin, Melhor Trilha Sonora e Melhor Figurino. Todo em preto e branco, “O Artista” mostra o astro do cinema mudo George Valentin preocupado em perder sua carreira com a chegada do cinema falado, ao mesmo tempo em que sua paixão Peppy Miller, começa a fazer sucesso como dançarina. O filme tem o mesmo estilo de “Cantando na Chuva”, e a dupla de atores Jean Dujardin e Bérénice Bejo até mesmo ensaiaram suas cenas de dança no mesmo estúdio em que Debbie Reynolds e Gene Kelly gravaram. 


7) 8½

Federico Fellini's 8 1/2 | Federico Fellini | Itália, França | 1963
Na história, Guido é um diretor de cinema francês que não consegue ter uma ideia para seu próximo filme. Enquanto pensa, relembra todos os acontecimentos importantes da sua vida, misturando passado com o presente, ficção e realidade. O título do longaé uma referência ao número de filmes que o diretor Federico Fellini tinha dirigido até então - seis longas, dois curtas e um longa co-dirigido com Alberto Lattuada - dando um total de 8 1/2 filmes. Conquistou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Figurino.

8) Os Sonhadores 

The Dreamers | Bernardo Bertolucci | França, Reino Unido, Itália | 2003
Recheado de referências, “Os Sonhadores” do diretor Bernardo Bertolucci, conta a história do jovem americano Matthew (Michael Pitt), que vai estudar em Paris. Apaixonado por cinema, lá ele conhece os irmãos gêmeos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel), também cinéfilos. Os três se tornam amigos, vivem novas experiências e reafirmam seu amor pelo cinema. Além de discussões sobre a sétima arte, ao longo do filme são inseridos diversos trechos de filmes como "Banda à Parte"(1964), "Monstros" (Freaks, 1932), "A Vênus Loira"(1932) e "Mouchette, A Virgem Possuída"(1967).

9) Saneamento Básico, O Filme 

Saneamento Básico, O Filme | Jorge Furtado | Brasil | 2007
Saneamento Básico” já virou um clássico do cinema brasileiro. O filme mostra os moradores de uma vila na serra gaúcha que buscam o tratamento do esgoto para suas casas. A prefeitura reconhece a necessidade da obra, mas a verba de R$ 10 mil que eles dispõem só pode ser destinada para a produção de um vídeo. Surge então a ideia de usar o dinheiro para a obra e realizar um vídeo sobre ela, mas a exigência do governo é que a história seja de ficção. Então os moradores se reúnem para gravar um filme de um monstro que vive nas obras de construção de uma fossa.  O filme conta com Fernanda Torres, Camila Pitanga, Wagner Moura, Bruno Garcia e Lázaro Ramos no elenco. Você pode ver um trecho marcante aqui.

10) Ave, César! 

Hail, Cesar! | Joel Coen e Ethan Coen | EUA | 2016
O longa que abriu o Festival de Cannes deste ano, se situa na Hollywood dos anos 50, durante a superprodução "Ave, César!". No meio das filmagens o astro Baird Whitlock é sequestrado, e Edward Mannix que é o responsável por abafar as polêmicas dos artistas, tem que resolver toda a situação antes de um escândalo. A maioria dos personagens do filme foi inspirada em atores reais da era de ouro de Hollywood.

Conhece outros filmes? Compartilhe com a gente os seus favoritos!

As lentes do cinema, por Federico Mauro

$
0
0

O cinema é cercado por objetos e personagens icônicos. Muitas vezes pequenos detalhes de caracterização como roupas, comportamentos e objetos tornam-se parte do personagem, como se um não pudesse existir ou ser reconhecido sem o outro.


Foi pensando nisso que o diretor de arte e ilustrador Federico Mauro criou uma série de retratos chamados Famous Eyeglasses ("Óculos Famosos"), que retratam esses artigos tão simbólicos. Confira alguns abaixo:


Matrix | Irmãs Wachowski | 1999


Bonequinha de Luxo | Blake Edwards | 1961










 Saga Harry Potter | 2001 - 2011

  De Volta Para o Futuro Parte II | Robert Zemeckis | 1989

  Django Livre | Quentin Tarantino | 2012

  Sofia Loren | Itália | 20/09/1934
  Scarface | Brian De Palma | 1983



 Woody Allen | EUA | 1935

O ilustrador nasceu na Itália em 1980. Além da sua experiência com a fotografia, ele tem como foco vídeos, projetos de multimídia e curtas que foram premiados em várias competições nacionais. 

Além da série Famous Eyeglasses, Federico já fotografou chapéus, objetos marcantes em séries e filmes, comidas e bebidas, entre outros itens do nosso cotidiano que, nas mãos dele, ganham destaque. Você pode conferir seu portfólio no site oficial.
--

Nós também temos uma arte em homenagem à lente de alguns diretores! Confira:


7 Filmes Que Você Vai Amar se Gostou de Amélie Poulain

$
0
0
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001), de Jean-Pierre Jeunet, cativou o público e voltou a atenção dos espectadores para o cinema francês. O filme recebeu cinco indicações ao Oscar e levou prêmios de diversos festivais. 

Conhecido por sua narrativa cativante, a bela trilha sonora de Yann Tiersen e uma característica direção de fotografia, o filme se tornou querido para muitos, que se encontraram na personalidade da protagonista. Se você já viu o filme e gostaria de assistir a outros com esse estilo, aproveite a lista abaixo, e depois nos conte o que achou!

1) Luzes da Cidade 

City Lights | Charles Chaplin | EUA | 1931
Dirigido e estrelado por Charles Chaplin, Luzes da Cidade, é um de seus trabalhos mais aclamados. O elenco também conta com a participação de Virginia Cherrill e Harry Myers. Mesmo com a diminuição do cinema mudo e o avanço do cinema “falado”, Luzes da Cidade se tornou extremamente popular e é considerado uma das maiores realizações de Chaplin. Como em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, o filme traz um herói que é ingênuo e idealista, mostrando traços de timidez e coragem em sua personalidade. 


2) Submarino 

Submarine | Richard Ayoade | EUA | Reino Unido | 2010
Lançado em 2010, Submarino é uma comédia-dramática baseada no livro homônimo de Joe Dunthorne. O elenco conta com Craig Roberts, Yasmin Paige, Noah Taylor e Sally Hawkins. O longa, dirigido por Richard Ayoade, traz influências visuais de diretores como Jean Luc Godard, Hal Ashby e Wes Anderson. Com vários diálogos interessantes e com uma narrativa no estilo de Amélie, o filme mostra dois protagonistas que imaginam seus próprios funerais e que têm o desejo de serem amados. Ambos possuem inseguranças, mas lidam com elas de formas diferentes.

3) Vigaristas 

The Brothers Bloom | Rian Johnson | EUA | 2008
Vigaristas é uma comédia escrita e dirigida por Rian Johnson e lançada em 2008. O elenco inclui nomes como Mark Ruffalo e Adrien Brody, nos papeis principais dos irmãos Bloom, e Rachel Weisz como Penelope Stamp. Johnson traz um filme de histórias, sobre histórias pessoais e mentiras que contamos a nós mesmos e aos outros. Seu trabalho é impecável, como já havia mostrado anteriormente, mas Vigaristas muda suas concepções de uma maneira inesperada e brilhante. Quando se pensa na estrutura narrativa do longa, a personagem de Weisz, embora britânica, caberia como uma "substituta" de Amélie. 

4) Meia Noite em Paris 

Midnight in Paris | Woody Allen | EUA | 2011
Dirigido por Woody Allen durante seu período europeu, a comédia/fantasia romântica foi lançada em 2011. Estrelado por Owen Wilson, Marion Cotillard e Rachel McAdams, o longa recebeu diversas indicações ao Oscar. Allen se mostra revitalizado e pinta suas personagens de forma característica, como a instável Zelda Fitzgerald. Parisé apresentada em uma luz quase mística, onde presente e passado se mesclam. A sonhadora Adriana, interpretada por Cotillard, é muitas vezes comparada à Amélie, principalmente por Cotillard ser também uma atriz francesa. A teoria do pensamento da Era Dourada apresentada no filme assemelha-se com a visão de uma Paris idealizada por Jeunet.

5) Frances Ha 

Frances Ha | Noah Baumbach | EUA | 2012
Dirigido e roteirizado por Noah Baumbach, Frances Ha é uma comédia lançada em 2012, estrelando Greta Gerwig no papel principal. Baumbach segue a linha de escrever filmes sobre pessoas extremamente inteligentes e imperfeitas discutindo ideias perspicazes, e traz um filme baseado em uma personagem, como já indica o título. Frances, interpretada por Gerwig, é uma jovem mulher confusa, mas é também uma revelação. Sendo mais aberta e confiante que Amélie, porém tão cativante quanto, as duas são iguais quando tratamos de mulheres icônicas no cinema moderno.

6) Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas 

Big Fish | Tim Burton | EUA | 2003
Dirigido por Tim Burton e roteirizado por John August, Peixe Grande é um filme estadunidense lançado em 2003. Ewan McGregor, Albert Finney, Billy Crudup, Jessica Lange e Marion Cotillard fazem parte do elenco principal, mas o longa também traz diversos outros nomes em pequenos papeis, como Helena Bonham Carter. O filme é sobre anedotas, piadas e histórias, construído por armações, arcos e finais surpreendentes. Peixe Grande e Amélie Poulain são duas "anomalias" nas carreiras de seus respectivos diretores, aquele único momento em que eles confiaram em seus lados românticos e não sombrios, sendo aclamados por isso.


7) Amor à Flor da Pele 

Fa yeung nin wa | Wong Kar-Wai | França | Hong Kong | 2000
Amor à Flor da Pele é um filme dirigido e escrito por Wong Kar-Wai e lançado em 2000. É o segundo de uma trilogia não oficial, que começou com Dias Selvagens (1990). Com um enredo que poderia facilmente se tornar sentimental e melodramático, a direção de Wong Kai-War transformou o filme em uma beleza silenciosa e reprimida. Amor à Flor da Pele não tem nada extremamente claro e os pequenos detalhes de uma cena significam muito, como conversas sobre gravatas ou bolsas. Uma das protagonistas, Sra. Chow, interpretada por Paulyn Sun, além de ser mulher, exibe traços em sua personalidade similares à Amélie, sendo tímida, e ambas anseiam por uma vida que lhes escapa. 

Os filmes foram retirados desta lista, onde é possível encontrar mais sugestões similares ao filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Conhece outros parecidos? Compartilhe com a gente!
--

Os 8 Filmes Latino-Americanos Mais Premiados nos Últimos Anos

$
0
0
Embora muitas vezes só se dê atenção às grandes produções de Hollywood, outros centros produtores da sétima arte também têm destaque e importância, criando verdadeiras obras-primas. Um dos mais importantes desses centros audiovisuais, sem dúvida, é o cinema latino-americano, marcado pelas críticas sociais, questionamentos morais e histórias cativantes. 

Se você ainda não conhece muito desse gênero – ou, ainda, quer novas indicações–, confira nossa lista com oito dos mais premiados e aclamados filmes latino-americanos. 


1) Um Lugar no Mundo

Un Lugar En El Mundo | Adolfo Aristarain | Argentina | 1992


Esse filme argentino foi lançado em 1992 e logo alcançou sucesso de público e crítica. “Un Lugar En El Mundo” foi indicado ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira em 1993 - embora depois desclassificado por questões técnicas - e recebeu prêmios como o Goya de Melhor Filme Estrangeiro de Língua Espanhola, em 1993, e a Concha de Ouro no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em 1992. 

O filme se passa em 1974 e conta a história de um casal de argentinos, Mario e Ana, que decidiram se exilar em uma região remota da Argentina após a morte do presidente Juan Domingo Perón. A vida tranquila do casal e de seu filho adolescente, Ernesto, logo muda quando a população da região precisa lidar com uma empresa hidroelétrica que deseja se apropriar da área e, consequentemente, desalojar os moradores. 


2) Cidade de Deus 

Cidade de Deus | Fernando Meirelles | Kátia Lund | Brasil | 2002


Lançado em 2002, “Cidade de Deus” não é apenas um dos mais populares e influentes filmes do cinema brasileiro, mas também do mundo todo. Ele foi indicado para quatro categorias do Oscar e uma do Globo de Ouro, venceu um prêmio BAFTA, um TIFF (Festival Internacional de Cinema de Toronto), entre outras conquistas em mais de 35 festivais e premiações. 

O longa retrata a vida de dois jovens moradoresdo bairro Cidade de Deus, que convivem com pobreza, criminalidade e violência. Enquanto um dos amigos se torna um fotógrafo, o outro vira líder do tráfico. Abordando temáticas financeiras e sociais, Cidade de Deus pinta um retrato das dificuldades em regiões carentes do Brasil. 

3) Amores Brutos 

Amores Perros  | Alejandro González Iñárritu | México | 2000


Primeiro grande filme do agora célebre diretor Alejandro González Iñárritu, “Amores Perros” chegou aos cinemas em 2000 e logo ficou claro que seria o ponto inicial do chamado Novo Cinema Mexicano. O filme foi nomeado ao Oscar e também ao Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Internacional, e venceu mais de 50 premiações – entre elas, o prêmio BAFTA, o Festival de Cannes, o Festival do American Film Institute, entre outros. 

Considerado por muitos críticos o "Pulp Fiction mexicano", “Amores Perros” narra a história de três pessoas que se conectam em um ponto comum: um acidente de carro. A estrutura pouco convencional, narrativa audaciosa com muita ação e a sua abordagem de temáticas como perda, arrependimento e a dura realidade da vida, compõem a força deste clássico do cinema latino-americano.

4) O Labirinto do Fauno 

El Laberinto del Fauno | Guillermo Del Toro | México | 2006
Escrito e dirigido por Guillermo Del Toro, diretor mexicano conhecido por suas histórias de fantasia repletas de maquiagens e figurinos incríveis, “El Laberinto Del Fauno” conta com todos esses elementos e mais um enredo que mistura ficção com a retratação da Espanha sob regime fascista. Em 2007, o filme venceu três Oscars e foi nomeado para outras três categorias, conquistou três prêmios BAFTA, venceu 11 prêmios Goya, entre outros. 

Em um conto de fadas com elementos de drama e até mesmo horror, “El Laberinto Del Fauno” conta a história de Ophelia e sua mãe, grávida, que viajam para viver com um general espanhol. A trama se desenrola com Ophelia descobrindo um labirinto habitado por um fauno, que lhe diz que ela é uma princesa do submundo que deve realizar três tarefas para voltar ao seu reino. Com criaturas icônicas e um enredo que até hoje gera discussões sobre suas temáticas e seus subtextos, “El Laberinto Del Fauno” é um dos grandes filmes latino-americanos dos últimos anos. 

5) E Sua Mãe Também 

Y Tu Mamá También | Alfonso Cuarón | México | 2001


Mais um filme do produtivo cinema mexicano, “Y Tu Mamá También” não recebeu tantos prêmios quanto outros itens desta lista – ele foi indicado ao Oscar, ao Globo de Ouro, ao BAFTA e venceu uma premiação no Festival de Veneza –, mas sua temática fez dele um clássico latino-americano. 

Lançado em 2001, “Y Tu Mamá También” narra a viagem de dois amigos adolescentes e uma mulher mais velha pelo pobre México rural em direção a uma praia chamada Boca del Cielo. Durante a jornada dos personagens, o filme aborda tanto questões sociais do México, como a desigualdade de classes, quanto temas como sexualidade, autodescoberta, amizade e relacionamentos. 


6) O Segredo de Seus Olhos 

El Secreto de Sus Ojos | Alfonso Cuarón | Argentina | 2009

Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2009, “El Secreto de Sus Ojos” também venceu o Goya de melhor filme em 2009. Todo esse reconhecimento de premiações e crítica – o filme é apontado por muitos como o melhor lançado naquele ano em todo o mundo – se deve à sua trama eletrizante, com elementos de comédia, romance e suspense, e às atuações impecáveis do elenco. 

Baseado no livro “La Pregunta de sus Ojos”, de Eduardo Sacheri, o filme traz um servidor aposentado da Justiça Penal argentina que, com o fim da sua carreira, decide escrever um livro narrando a história de um caso sem solução que lhe atormenta há décadas. Iniciando com o objetivo de afastar os fantasmas do passado e reconquistar um velho amor, logo essa jornada revive problemas e questionamentos antigos.

7) A História Oficial

La Historia Oficial | Luis Puenzo | Argentina | 1985

O primeiro filme argentino a vencer o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1986 (um ano após seu lançamento), “La Historia Oficial” surpreendeu o mundo com seu tema corajoso e atual para a época, e também com atuações brilhantes. A produção relata o drama de uma professora de classe média na Argentina, que descobre que a criança que adotou pode ser filha de presos políticos da ditadura militar do país, que havia terminado apenas dois anos antes do lançamento do filme. 

Abordando os horrores da ditadura, a omissão da Igreja e as péssimas condições sociais e financeiras que o regime militar gerou na Argentina, “La Historia Oficial” é uma produção essencial do cinema latino-americano. O filme venceu, além do Oscar, prêmios no Festival de Berlim, no Festival de Cannes, no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Globo de Ouro, entre outros. 


8) Diários de Motocicleta

Diarios de Motocicleta | Walter Salles | Coprodução | Argentina | Brasil | Chile | Reino Unido | Peru | EUA | Alemanha | França | 2004

Lançado em 2004 por meio de uma produção em conjunto de vários países latino-americanos e europeus e dirigido pelo brasileiro Walter Salles, “Diarios de Motocicleta” conta a história do revolucionário Che Guevara em seu último ano de faculdade, viajando pela América do Sul a bordo de uma motocicleta. Na companhia de seu amigo Alberto “Mial” Granado, Che descobre seu chamado de vida e se torna o homem que mudaria a América Latina. 

Além do Oscar de Melhor Canção, o filme também venceu prêmios no BAFTA, no Festival de Cannes, Goya, entre outros festivais e premiações. “Diarios de Motocicleta” foi o segundo grande sucesso do diretor, depois de “Central do Brasil”, e ajudou a a consolidar o cinema brasileiro no cenário internacional. 

Esses são apenas alguns dos filmes latino-americanos que ganharam reconhecimento e premiações mundo afora, mostrando que sua linguagem peculiar e temáticas entrelaçadas com o povo da região possuem, sim, a capacidade de produzir grandes obras da sétima arte. Pegue a pipoca, prepare o sofá e embarque nessas histórias para conhecer mais as produções vizinhas e locais.

10 Curiosidades Sobre Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick

$
0
0

Um dos filmes com maior bilheteria de 1971, seu ano de estreia, Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) atravessou gerações e conquista fãs até hoje. Baseado no livro homônimo de Anthony Burgess e dirigido por Stanley Kubrick, o filme gerou polêmica e comoção ao ser lançado. Aproveite para conferir dez curiosidades sobre esta obra icônica da sétima arte: 

1) Ao contrário do que muitos acham, Laranja Mecânica nunca foi banido no Reino Unido. Originalmente, o filme recebeu censura“X” no país em 1971. Foi então em 1973 que o próprio diretor encerrou a distribuição do filme, removendo-o do mercado. Um dos motivos que o levou a retirar o filme de circulação foi a enorme quantidade de ameaças de morte que ele e a família receberam após o lançamento. Nos anos 80 e 90, quem quisesse assistir ao longa tinha que comprar em lojas de outros países, como a França. O filme só foi relançado no Reino Unido em 2000, após a morte de Kubrick, e recebeu censura de 18 anos.


2) No Brasil, o filme ficou na lista de obras proibidas pela censura. Para assistir ao longa era preciso ir a países vizinhos, como o Uruguai. Eventualmente ele foi liberado, mas mesmo assim foi exibido com tarjas pretas nas cenas de nudez, com censura 18 anos. 

3) Anthony Burgess, autor do livro homônimo ao qual o filme foi baseado, inicialmente vendeu os direitos do filme para... Mick Jagger! E por apenas 500 dólares. A ideia do cantor era que sua banda, The Rolling Stones, atuasse como os droogs, mas logo depois ele revendeu os direitos por um valor muito mais alto.


4) A cobra, Basil, foi introduzida no longa por Stanley Kubrick quando ele descobriu que o ator Malcolm McDowell tinha medo de répteis. A intenção do diretor era fazer o personagem de McDowell parecer mais intimidador e claro, era uma piada. 

5) A cena em que Alex DeLarge canta a famosa “Singin' in the Rain” enquanto ataca o escritor e sua esposa não estava no roteiro, o que inclusive já foi falado aqui. Stanley Kubrick passou quatro dias experimentando com essa cena. Finalmente, ele abordou McDowell e perguntou se ele sabia dançar. Quando tentaram a cena novamente, McDowell estava dançando e cantando a única música que ele lembrava. A cena agradou a Kubrick e ele teve que comprar os direitos de “Singing in the Rain” por 10 mil dólares.

6) McDowell conheceu Gene Kelly, cantor de “Singin' in the Rain”, anos depois. Durante esse encontro, Kelly o ignorou e foi embora enojado. Ele ficou extremamente chateado pelo jeito como sua música icônica havia sido retratada em Laranja Mecânica.

7) Durante a cenas em que Alex, personagem de McDowell, é submetido ao tratamento Ludovico, os olhos do ator estavam anestesiados para que ele conseguisse gravar por longos períodos de tempo sem sentir muito desconforto. Mas mesmo assim, as suas córneas foram arranhadas repetidas vezes pelos pequenos ganchos e o ator ficou sem enxergar por um tempo.

8) O primeiro corte feito pelo diretor Stanley Kubrick tinha quatro horas. Depois disso, ele resolveu contratar diversos editores assistentes e chegou aos 136 minutos finais. Todo o material não usado no filme foi destruído por Kubrick e seu assistente.


9) A cena do estupro foi uma das mais difíceis de ser gravadas, especialmente por que a atriz que inicialmente tinha sido escolhida largou o projeto por conta da pressão. Quem conseguiu o papel então foi a atriz Adrienne Corri. E antes de gravar a cena, a atriz foi até McDowell e disse: “Bom, Malcolm, hoje você vai descobrir que eu realmente sou ruiva”. 

10) A língua falada por Alex e seus droogs, Nadsat, foi inventada pelo autor Anthony Burgess e é uma mistura de inglês, russo e gírias. Inicialmente, Kubrick ficou com medo de que tivessem usado muito da língua e o filme se tornasse inacessível. A edição original do livro sofreu críticas similares, e um glossário de Nadsat foi adicionado em edições seguintes.

Extras


11) A cena final foi feita após 74 takes. 

12) De acordo com McDowell, em comentário no DVD lançado em 2007, a cena acelerada de sexo foi originalmente filmada em apenas um take que durou 28 minutos.


E aí, quais dessas curiosidades vocês já conheciam? Compartilhe com a gente!
--

Perfis em redes sociais mostram a paleta de cores de filmes famosos

$
0
0


Alguma cena já te deixou triste sem nenhum motivo aparente? Ela provavelmente estava repleta de tons azulados. As cores de um filme são muito importantes para estabelecer uma comunicação emocional subjetiva com a audiência. Extensos estudos já foram dedicados à psicologia das cores, mostrando que a paleta escolhida é uma ferramenta simples, mas poderosa na hora de engajar o público. 


"Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2" (David Yates, 2011)
A paleta de cores ajuda a construir a narrativa de um filme e pode mudar de acordo com as reviravoltas da história. Na saga Harry Potter, por exemplo, os tons ficam mais sombrios à medida que os conflitos dos personagens se tornam mais sérios. 

Muito além de narrativo, o esquema de cores tem uma função de identidade visual. É a paleta que constrói as semelhanças entre os filmes da Marvel, em que tons avermelhados são muito presentes, e que os diferenciam das produções da rival DC Comics, em que o preto e o azul são as cores dominantes. Além disso, alguns diretores possuem uma paleta recorrente em seus filmes, tornando-os bem identificáveis, como é o caso de Wes Anderson.
"Moonrise Kingdom" (Wes Anderson, 2012)
Foi pensando nessa importância das cores que vários perfis no Twitter e no Tumblr surgiram com a intenção de compilar, em imagens e gifs as paletas de filmes famosos. Você confere alguns dos perfis abaixo:

1) Cinema Palettes 

Em atividade há pouco mais de um ano, esse perfil no Twitter já compila mais de duzentas paletas e também aceita sugestões de outros usuários.

"Cidade de Deus" (Fernando Meirelles e Kátia Lund, 2002)
"Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" (Michel Gondry, 2004)
"Garota Exemplar" (David Fincher, 2014)

2) Movies in Color

O site se aprofunda mais na diferença dos tons, ressaltando o que está mais claro e mais escuro na cena.
"O Clube dos Cinco" (John Hughes, 1985)
"A Viagem de Chihiro" (Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, 2001)
"O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" (Jean-Pierre Jeunet, 2001)


3) Screencolours

Além de se dedicar a gifs de cinema, o tumblr também mostra a paleta de algumas séries e videoclipes.

"Trainspotting" (Danny Boyle, 1996)

"Eu Matei Minha Mãe" (Xavier Dolan, 2009)

Stranger Things, "Chapter One" ( Matt e Ross Duffer, Netflix)

E você, as cores de algum filme te marcaram? Conta para a gente!

25 filmes com temática LGBT

$
0
0

Em 2005, era lançado O Segredo de Brokeback Mountain, um marco para a representação da comunidade LGBT nas telonas. Para muitos, a imensa popularidade desse filme foi o que fez a indústria cinematográfica diminuir sua relutância em retratar personagens que fugissem da heteronormatividade no cinema mainstream. No entanto, o pioneirismo do romance proibido entre os cowboys não passou muito além desse aspecto.

No começo as cenas não eram muito explícitas - podiam ser apenas dois homens dançando ao som de um violino, como foi em The Gay Brothers de 1895 - mas os personagens LGBT já marcavam presença no cinema desde o seu começo. Por exemplo, o primeiro beijo entre personagens do mesmo sexo aconteceu quase 80 anos antes de Brokeback Mountain, no filme Asas, de 1927, que também foi o ganhador da estatueta de Melhor Filme na primeira edição do Oscar.

Apesar de ser mais expressiva hoje, a representação da comunidade LGBT na mídia ainda enfrenta diversos problemas. Há uma massiva retratação de homens gays, enquanto lésbicas, bissexuais, transexuais e outras parcelas da comunidade ficam ofuscadas. Os personagens, quando não caem em estereótipos, estão envolvidos em enredos nos quais os conflitos giram em torno apenas da sua sexualidade– e, na maioria dos casos, esses personagens recebem finais trágicos.

Mesmo com algumas falhas, separamos alguns filmes indispensáveis com a temática LGBT das mais variadas. Antes de começar é válido ressaltar grandes filmes que você provavelmente já assistiu e que não estarão na lista, mas merecem uma menção honrosa e um lugar de destaque: o já citadoBrokeback Mountain; o cativante romance Azul é a Cor Mais Quente (2013); o clássico irreverente Priscilla – A Rainha do Deserto (1994); o tocante Orações para Bobby (2009); e a estrondosa produção nacional Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014).


1) Um Canto de Amor

Un chant d’amour | Jean Genet | França | 1950

No curso de sua vida, o dramaturgo francês e gay assumido Jean Genet foi ladrão, mendigo, prostituto e chegou a ficar preso por anos, sendo salvo pelo intelectual Jean Cocteau pouco antes de receber uma pena de morte. Em seu raro e único filme, Genet transforma o sexo em poesia ao contar o relacionamento de dois amantes presidiários cujo único contato se dá por um canudo, por onde trocam a fumaça do cigarro através da parede que separa uma cela da outra. Inspirado pela longa estadia do escritor na prisão, o curta foi banido de vários países por apresentar material explícito.


2) Paris is Burning

Paris is Burning | Jennie Livingston | EUA | 1990

Apesar de ser apenas uma forma de expressão artística, as drag queens sempre foram parte expressiva da cultura LGBT. Esse aclamado documentário se aprofunda no circuito dos "bailes" de Nova York, cidade berço do movimento pelos direitos LGBT nos Estados Unidos. Foram nesses eventos que surgiram costumes que são perpetuados até hoje por artistas como RuPaul: as casas em que se organizam as artistas, a dança vogue e o shade, forma de insulto sutil e bem-humorada. Ponto de encontro para as comunidades marginalizadas da cidade, como a negra e a latina, a produção espirala emreflexões sobre gênero, sexualidade, raça e classes sociais.

3) Dzi Croquettes

Dzi Croquettes | Raphael Alvarez, Tatiana Issa | Brasil | 2010

Dzi Croquettes foi um grupo deteatro brasileiro que revolucionou a arte, não só no Brasil, como fora dele. Em plena ditadura militar, um grupo de homens brincava com os conceitos de masculinidade e feminilidade em performances que eram, no mínimo, subversivas para a época. A trupe enfrentou várias batalhas, desde a censura e os preconceitos sociais até a pandemia AIDS, ao mesmo tempo em que encantava plateias em cidades no mundo inteiro, indo do Rio de Janeiro até Paris. Além de ser narrado em alguns momento pela co-diretora Tatiana Issa, cujo pai fez parte do grupo, a produção conta com entrevistados importantes: as Dzi Croquettes ainda vivas, o cantor Ney Matogrosso, a modelo Elke Maravilha, a atriz Cláudia Raia e a superestrela da Broadway, Liza Minnelli. A irreverência humorística, o culto ao corpo e a fluidez e liberdade sexual expressas no palco das Croquettes são consideradas as fagulhas iniciais para o movimento gay no Brasil.

4) Madame Satã

Madame Satã | Karim Aïnouz | Brasil | 2002

Negro, pobre e homossexual, João Francisco dos Santos, mais conhecido como Madame Satã, se tornou um emblema da população marginalizada na vida noturna do Rio de Janeiro. Nessa produção extraordinária, toda a contradição e força que fizeram de Madame a lenda que é hoje são encarnadas com maestria por Lázaro Ramos, dono de uma atuação intensa e marcante. Madame Satã é um símbolo de luta e resistência e por isso o filme não funciona só como um retrato biográfico, mas também como uma ferramenta de reflexão.


5) Tangerine

Tangerine | Sean Baker | EUA | 2015

O diretor Sean Bakeré conhecido por retratar a vida das classes marginalizadas nos Estados Unidos, e em Tangerine não foi diferente. Ofuscada pelo lançamento de Garota Dinamarquesa, essa dramédia segue duas prostitutas transexuais pelas ruas de Los Angeles na véspera de Natal. O que mais chama a atenção é que o filme foi inteiramente filmado com uma câmera de iPhone e mesmo assim obteve resultados fantásticos - o que impressionou os críticos.

6) Rent: Os Boêmios

Rent | Chris Columbus | EUA | 2005

Como você mede um ano?É essa pergunta que abre a adaptação para os cinemas de um dos musicais mais famosos da Broadway. Ambientado em Nova York nos anos 80, o filme segue um grupo de amigos em sua vida boêmia, ao mesmo tempo feliz e conturbada. A produção aborda diversos temas que marcaram a época, como o desemprego, a AIDS, as drogas e a revolução sexual. Não importa o dilema, a resposta para a indagação levantada na abertura é a mesma, cantada das mais diversas formas: “meça em amor”.

7) Velvet Goldmine

Velvet Goldmine | Todd Haynes | Reino Unido | 1998

O filme leva uma música do David Bowie como título e não é sem motivo: o longa tem como inspiração direta a trajetória dessa lenda do rock britânico, sendo quase biográfico em certos aspectos. Brian Slade, interpretado por Jonathan Rhys Meyers, é um cantor excêntrico que, sem saber lidar com toda a sua fama, simula sua própria morte. Anos depois, Christian Bale encarna Arthur, um jornalista que tem a missão de investigar o desaparecimento do cantor que um dia tinha sido seu ídolo. O elenco conta também com Ewan McGregor - Trainspotting - no papel de rival musical e interesse amoroso de Brian. Com uma trilha sonora excepcional, o enredo não se poupa quando o assunto é sexualidade, abusando da androginia que marcou o estilo glam rock dos anos 60 e 70. Uma das frases mais célebres do roteiro resume bem o espírito da produção: “Todo mundo sabe que a maioria das pessoas é bissexual”. 

8) Entre a Lei e o Salto Alto 

Hai-hil | Jin Jang | Coreia do Sul | 2014

Yoon é uma detetive implacável que esconde um segredo maior do que os da máfia que ela combate: sua identidade de gênero. Essa produção sul-coreana realmente quebra padrões de gênero e, nesse caso, estamos falando do cinematográfico. Sendo um filme de ação e comédia, o roteiro trata com seriedade o assunto delicado que é a transição clandestina pela qual a protagonista passa, sempre trazendo um contraste entre a virilidade que impressiona os mafiosos e a feminilidade que a personagem reprime. A paletade cores bem vibrantes esconde a obscuridade do enredo, que apesar de divertido em alguns momentos, tem a tragédia como ameaça constante, não só no aspecto físico como psicológico.

9) Meninos Não Choram

Boys Don’t Cry | Kimberly Price | EUA | 1999
O estupro e assassinato de Brandon Teena, um jovem transexual, ainda é um dos crimes de ódio mais chocantes nos Estados Unidos, sendo até hoje lembrado pela comunidade LGBT do país. Em um filme onde tudo podia dar errado, a então estreante Kimberly Price achou o tom certo para perpetuar essa história brutal. Sem sensacionalismo, o filme trabalha com nuances: o filme humaniza desde os assassinos ao assassinado, o que deixa o roteiro ainda mais impactante. A produção ganhou um Oscar pela performance arrebatadora de Hilary Swank no papel principal. 

10) Meu Nome é Jacque

Meu Nome é Jacque | Angela Zoé | Brasil | 2016

Jacqueline Rocha Côrtesé um exemplo de luta e superação. Você pode até não conhecê-la, mas ela já chegou a ser representante do governo brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU). Hoje, casada, mãe de dois filhos e dona de uma vida pacata numa cidade do interior, Jacque é uma mulher transexual e portadora do vírus da Aids que tem uma vida marcada por diversas batalhas. Essa trajetória marcante é contada nesse documentário sensível e intimista da diretora Angela Zoé.

11) De Gravata e Unha Vermelha

De Gravata e Unha Vermelha | Miriam Chnaiderman | Brasil | 2015

Vencedor do Prêmio Félix– destinado a filmes de temática LGBT – no Festival do Rio, o documentário vem para questionar o binarismo que domina as questões que envolvem sexualidade e gênero. A ideia da diretora é retratar a imensa diversidade encontrada pelas pessoas para construir e respeitar o próprio corpo. A produção conta com depoimentos de personalidades, como o cantor Ney Matogrosso, a cantora Mel da Banda Uó, a atriz Rogéria e a cartunista Laerte


12) Toda Forma de Amor 

Beginners | Mike Mills | EUA | 2010

Toda Forma de Amor emociona pela sua sutileza. Sua narrativa se passa em dois momentos distintos. No presente, Oliver (Ewan McGregor) é um homem conturbado que, marcado pela morte do pai, foge do convívio social. No passado, o protagonista tem que encarar Hal (Christopher Plummer), seu excêntrico pai que, aos 75 anos e com uma doença terminal, decide se assumir gay. Ao mesmo tempo em que vemos Oliver desenvolver um relacionamento amoroso incerto, vemos Hal se engajar romântica e politicamente na comunidade gay. A ideia de recomeços, mesmo quando parece tarde demais, é o que move o enredo do começo ao fim, interligando passado e presente de uma forma sublime.


13) Orgulho e Esperança

Pride | Matthew Warchus | Reino Unido | 2014

A luta por direitos da comunidade LGBT no Reino Unido tomou rumos inesperados. Em 1984, os trabalhadores da indústria carvoeira – uma das principais no país – entraram em greve por causa das condições desumanas do trabalho e do governo de Margaret Thatcher, que se negava a ajudar o movimento trabalhista. Em apoio a eles, um grupo de militantes LGBT londrinos criou a aliança “Lésbicas e Gays Apoiam os Mineiros”. Esse drama indicado ao Globo de Ouro mostra, de forma bem humorada, as dificuldades dessa união pouco usual que mudou a história dos movimentos sociais no país. 


14) Milk: A Voz da Igualdade

Milk | Gus Van Sant | EUA | 2008

Harvey Milk foi o primeiro gay assumido a ser eleito para um cargo público de importância nos Estados Unidos. Sua campanha se baseou em alianças com os mais diversos e improváveis setores da sociedade norte-americana. O diretor Gus Van Sant volta para um estilo mais do cinema popular nessa biografia do ativista. O elenco conta com Sean Penn (O Franco-Atirador) na pele do carismático protagonista, James Franco (127 Horas) como o namorado dele e Josh Brolin (Sicario) como o supervisor da cidade de São Francisco que dificulta a vida de Harvey.

15) Versos de um Crime

Kill Your Darlings | John Krokidas | EUA | 2013


Estrelado por Daniel Radcliffe no papel do poeta Allen Ginsberg, o drama biográfico foca nos anos de faculdade dos primeiros membros do movimento beatnik, assim como no assassinato que os envolveu e moldou a obra deles. Apesar de amplamente elogiado, a produção recebeu algumas críticas por romantizar em excesso a realidade, e deixar certos assuntos problemáticos de lado – como a natureza extremamente abusiva do relacionamento entre o escritor Lucien Carr (Dane DeHaan) e seu professor David Kammerer (Michael C. Hall). Ainda que um pouco falho na parte documental, o filme captura bem o clima da Geração Beatpara contar essa história um tanto desconhecida. 


16) Felizes Juntos

Chun gwong cha sit | Wong Kar-Wai | Hong Kong | 1997

Três anos antes do lançamento do que seria a sua obra-prima – “Amor À Flor da Pele” – o hongkonês Wong Kar-Wai arrancou elogios da crítica nesse longa-metragem. A história do casal que sai de Hong Kong e viaja pela Argentina em busca de renovar o relacionamento teve muitas dificuldades para chegar às telonas. Durante as gravações, a equipe enfrentou condições precárias por alguns meses, o roteiro mudou constantemente e uma grande quantidade de personagens foi cortada da versão final do filme. Ainda assim, o resultado desse drama é sensacional. Em nenhum momento a trama se prende apenas ao fato de que é um relacionamento entre dois homens. ugindo de estereótipos narrativos, Felizes Juntosé uma história universal de um amor turbulento.

17) Carol

Carol | Todd Haynes | EUA | 2015 

Existe aposta mais arriscada que o amor? A tocante história de duas mulheres que se apaixonam e vivem seu amor proibido nos anos 50, colocando tudo a perder, já é considerada a obra-prima do diretor Todd Haynes, e não é por menos. O roteiro sutil, baseado num romance de Patricia Highsmith lançado em 1952, constrói uma sociedade de época sem caricaturas ou romantizações. Cate Blanchett (O Curioso Caso de Benjamim Button) e Rooney Mara (Os Homens que Não Amavam as Mulheres) são responsáveis por atuações que deixariam qualquer um atordoado. A parte técnica também não deixa a desejar, já que o filme encantou a crítica desde sua direção de arte à sua fotografia, sendo indicado a seis categorias do Oscar.

18) Fireworks

Fireworks |Kenneth Anger | EUA | 1947

Um sonhador insatisfeito e um flagrante. Kenneth Anger ficou famoso pelos seus curtas-metragens experimentais, já tendo lançado mais de quarenta desde o seu primeiro, em 1937. Com temas ocultistas, surrealistas e homoeróticos, seus filmes quase fizeram o cineasta ser preso. Protagonizado pelo próprio diretor, Fireworks é um dos primeiros trabalhos de Anger e foi filmado dentro de uma semana na sua própria casa, enquanto os pais estavam viajando. Trabalhando com a ideia de sonho e de proibição, o curta é de certa forma autobiográfico, e funciona como uma crítica ao conservadorismo norte-americano, personificado pelos marinheiros.


19) Eu Matei a Minha Mãe

J’ai tué ma mère | Xavier Dolan | Canadá | 2009

A filmografia do canadense Xavier Dolané composta quase exclusivamente de narrativas com temática LGBT. Nesse drama semibiográfico, vemos a relação conturbada de amor e ódio entre Hubart, interpretado pelo próprio diretor, e sua mãe Chantele (Anne Dorval). As performances de Xavier e Anne são o que roubam a cena e fazem com que as discussões absurdas dos personagens sejam intensas e até mesmo bem humoradas. Essa foi a estreia do diretor que, na época, com apenas 19 anos, recebeu três prêmios no Festival de Cannes e foi ovacionado de pé por oito minutos após a sua primeira exibição no festival.

20) Pariah

Pariah | Dee Rees | EUA | 2011 

Alike (Adepero Oduye) é uma jovem tímida, estudante exemplar e aspirante a poeta que nunca foi beijada. Filha de uma mãe religiosa e um pai policial, ela já aceitou sua atração por mulheres, mas ainda não assumiu para sua família. No entanto, isso não quer dizer que seus parentes não saibam. Pariah retrata uma situação familiar que é realidade comum para muitos: algo que há muito tempo foi percebido, mas que nunca é realmente reconhecido. Com atuações tocantes, essa impressionante produção é a estreia de Dee Rees como diretora e roteirista. 

21) Change

Change | Jeff McCutheon, Melissa Osborne | EUA | 2011

No mesmo dia em que os Estados Unidos elegeram Barack Obama, seu primeiro presidente negro, o estado da Califórnia escolheu banir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Change é um curta-metragem premiado que gira em torno de Jamie, um jovem negro, que, em meio a essa confusão política, tem que encarar seus medos em relação à sua orientação sexual para ajudar um colega de classe gay assumido que é ameaçado pelos seus amigos. 

22) Além da Fronteira

Out in the Dark | Michael Mayer | Israel | 2012


Retratando o amor proibido entre um jovem israelita e um jovem palestino, Além da Fronteira vai muito além do romance e funciona como uma analogia política. O conflito Israel-Palestina afeta a vida da população em esferas mais pessoais que se possa imaginar e é isso que a produção quer retratar. A diplomacia falha é um empecilho tão grande para o relacionamento do casal quanto o preconceito em relação à orientação sexual deles.

23) Tatuagem

Tatuagem | Hilton Lacerda | Brasil | 2013 

Ambientado em 1978, quando a ditadura militar já mostrava sinais de fraqueza, cabaré e quartel se encontram nas telonas nessa premiada estreia do pernambucano Hilton Lacerda. De família religiosa, Fininha (Jesuíta Barbosa) é um jovem recruta obrigado a viver uma rotina sufocante. No outro lado do espectro, Clécio (Irandhir Santos) é um artista que encena espetáculos subversivos com a trupe Chão de Estrelas. O mundo cinzento do militar e o mundo colorido do ator vão colidir e se misturar numa época em que a liberdade, apesar de próxima, ainda não se fazia presente no dia-a-dia.


24) Doce Amianto

Doce Amianto | Guto Parente, Uirá dos Reis | Brasil | 2013

Doce Amianto é uma história detransformação e esperança. A sonhadora Amianto (Deynne Augusto) vive em um mundo de fantasia, um refúgio de sua vida profundamente melancólica. Após ser rejeitada pelo seu grande amor, ela passa a encontrar abrigo na presença de sua amiga morta, Blanche (Uirá dos Reis). Num tom experimental, Doce Amianto é um conto de fadas brasileiro que faz a audiência mergulhar num filme tão fantasioso que mais parece um delírio da protagonista.

25) The Rocky Horror Picture Show

The Rocky Horror Picture Show | Jim Sharman | EUA | 1975

Apesar de algumas concepções que hoje são consideradas arcaicas, como a não distinção entre travestis e transexuais, Rocky Horror é até hoje um marco cultural. Considerado impróprio para a sua época, o filme só era exibido nas sessões da meia-noite e logo virou uma espécie de refúgio para as minorias excluídas da sociedade. O musical criou a tradição das sessões interativas onde o público reage ao filme de forma quase roteirizada, com direito a pistolas de água em determinadas cenas e até mesmo performances simultâneas na frente da tela, pelo chamado “elenco sombra”. Até hoje alguns cinemas norte-americanos dedicam algumas salas para essa tradição. O filme foi um fracasso nas bilheterias quando lançou, mas hoje é um grande sucesso cult.

26) Menção honrosa: San Junipero

Black Mirror 3x04 | Owen Harris | Netflix | EUA | 2016

Seguindo a linha cada vez mais cinematográfica das séries de TV, Black Mirror apresenta em cada episódio uma história independente que busca questionar, acima de tudo, a nossa sociedade cada vez mais tecnológica. Nesse tocante episódio, acompanhamos a primeira visita da tímida jovem Yorkie (Mackenzie Davis) à San Junipero, uma cidade festiva e temática usada como refúgio para muitas pessoas. Mas a cidade não é exatamente o que parece. Aos poucos vamos descobrindo mais sobre a natureza estranha do lugar enquanto Yorkie vai libertando-se das suas amarras e desenvolvendo um relacionamento com Kelly (Gugu Mbatha-Raw).

Gosta de outros filmes com essa temática e não encontrou ele aqui? Compartilhe com a gente e nos conte o seu favorito da lista!

8 filmes para quem ama Gastronomia

$
0
0
Com certeza você já ficou com água na boca ao assistir a algum filme e, em determinada cena, aparecer alguma comida que parece ser deliciosa. Dos restaurantes parisienses aos food trucks californianos, selecionamos 8 filmes para amantes da gastronomia ou simplesmente de comer!


1) Julie & Julia

Julie & Julia | Nora Ephron | 2009
Dirigido e roteirizado por Nora Ephron, Julie & Julia é uma comédia romântica lançada em 2009 e estrelada por Meryl Streep, Stanley Tucci, Amy Adams e Chris Messina. O filme é baseado em dois livros: o livro de memórias de Julie Powell e na autobiografia da chef Julia Child. Trazendo os primeiros anos da carreira culinária de Child (Meryl Streep), o longa também acompanha uma jovem nova-iorquina, Julie (Amy Adams), que tem o objetivo de cozinhar todas as 524 receitas do livro de Child em apenas 365 dias. Além da maratona de assistir a 365 filmes em um ano, que tal pensar nesta também?


2) Sem Reservas

No Reservations | Scott Hicks | 2007
A comédia romântica lançada em 2007 foi dirigida por Scott Hicks e seu roteiro foi adaptado por Carol Fuchs. Estrelando Catherine Zeta-Jones, Aaron Eckhart e Abigail Breslin, o filme conta a história de uma chef durona (Catherine Zeta-Jones) que tem sua vida virada de cabeça para baixo quando sua irmã morre em um acidente e ela precisa cuidar da sua sobrinha (Abigail Breslin). A cereja no bolo é quando um chef em ascensão (Aaron Eckhart) é contratado para trabalhar junto com ela. O longa teve um sucesso comercial moderado e rendeu a Breslin uma indicação ao Young Artist Award.  Disponível na Netflix.


3) Ratatouille

Ratatouille | Brad Bird | 2007
Lançada em 2007, Ratatouille é a oitava animação a ser lançada pela Pixar. Dirigido por Brad Bird, o filme foi muito bem recebido pelo público e pelos críticos. Ambientado em Paris, o filme conta a exótica história do ratinho Rémy, que tem o sonho de ser tornar chef de cozinha. Por ser um rato, a única maneira que ele encontra de realizar seu sonho é “ensinar” tudo o que sabe para um jovem, Alfredo Linguini, que cuida da limpeza de um famoso restaurante. A relação mestre/aprendiz é incomum nesse filme, mas não deixou de agradar, tanto que recebeu a indicação de Melhor Animação no Oscar de 2008.  Disponível na Netflix.


4) Chef

Chef | Jon Favreau | 2014

Lançado em 2014, Chef é uma comédia dramática escrita, produzida, dirigida e estrelada por Jon Favreau. O elenco também conta com Sofía Vergara, Scarlett Johansson, Dustin Hoffman e Robert Downey Jr. O filme traz a história de um chef profissional (Jon Favreau) que após uma briga pública com um crítico gastronômico larga seu emprego em um restaurante em Los Angeles e volta para sua cidade natal, Miami, onde decide abrir um food truck. Essas mudanças em sua vida possibilitam que ele se aproxima da sua ex-mulher e de seu filho, possibilitando que ele explore novas oportunidades.  Disponível na Netflix.

5) Uma Viagem Excêntrica

The Trip | Michael Winterbottom | 2010
Dirigido por Michael Winterbottom e lançado em 2010, Uma Viagem Excêntricaé uma comédia britânica estrelando Steve Coogan, Rob Brydon, Paul Popplewell e Margo Stilley. O filme narra a história de um ator (Steve Coogan) que recebe o pedido de um jornal para atravessar o Reino Unido avaliando os melhores restaurantes do país. A intenção do ator é fazer a viagem com sua namorada, mas quando ela não pode, ele decide chamar um amigo comediante (Rob Brydon) para acompanhá-lo. Mas é claro que essa parceria não vai dar tão certo assim. 

6) Pegando Fogo

Burnt | John Wells | 2015
Lançado em 2015, o drama americano foi dirigido por John Wells e escrito por Steven Knight, baseado na história de Michael Kalesniko. O elenco conta com grandes nomes como Bradley Cooper, Sienna Miller, Daniel Brühl, Alicia Vikander, Uma Thurman e Emma Thompson. O filme narra a história de um chef (Bradley Cooper) que teve sua carreira destruída pelas drogas e pelo álcool. Após um tempo de isolamento, ele tenta se reerguer e recuperar sua fama. Para isso ele vai contar com a ajuda de um amigo e sua equipe de velhos conhecidos. 


7) Estômago

Estômago | Marcos Jorge | 2007
Lançado em 2007, o filme brasileiro Estômago é um drama dirigido por Marcos Jorge. Estrelado por João Miguel, Fabiula Nascimento e Babu Santana, o longa narra a história de um migrante nordestino que chega à cidade grande em busca de uma vida melhor. Com o tempo, ele aprende a profissão de cozinheiro e consegue uma melhor oportunidade de trabalho. Uma curiosidade sobre o filme é que em 2015 ele entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.


8) Toast: A História de uma Criança com Fome

Toast | S. J. Clarkson | 2010
Dirigido por S. J. Clarkson e lançado em 2010, Toast: A História de uma Criança com Fome é baseado na autobiografia do escritor culinário Nigel Slater. O elenco traz Freddie Highmore, Helena Bonham Carter, Ken Stott e Oscar Kennedy. O protagonista, Nigel (Freddie Highmore/Oscar Kennedy), sempre foi fascinado por culinária, mas sua mãe nunca teve talento na cozinha. Após sua morte, o pai dele (Ken Scott) resolve contratar uma talentosa chef (Helena Bonham Carter), mas sua chegada tornará as coisas complicadas para Nigel e seu pai.  Disponível na Netflix.

Gostou dos filmes? Compartilhe com a gente o seu favorito do gênero!


Descubra para que serve a claquete no cinema

$
0
0
Grande símbolo do cinema pelo mundo, a claquete tem uma função que vai muito além de um motivo decorativo.Você, sabe para que serve esse objeto?

A claquete ou clapperboard em inglês - conhecida também como clapboard, clapper ou slate - é uma pequena placa de madeira e acrílico que à primeira vista contém diversas informações que auxiliam a equipe na produção de um filme, facilitando o trabalho do editor durante a fase de pós produção.

Luz, câmera, ação... e claquete!

No cinema, as imagens e o som são gravados separadamente, em dispositivos diferentes. Para sincronizar áudio e vídeo é utilizada a claquete. Ao longo do objeto são escritas indicações como o nome do filme e do diretor, a data da gravação, o número da cena e o número do take. Essas informações ajudam na hora da edição, pois identificam as cenas e o editor não precisa perder tempo até descobrir qual cena foi filmada e aonde ela se encaixa.

Uma vez que os dispositivos estão prontos para captar os sons e imagens, o operador da claquete a posiciona em frente à câmera - para que ela apareça - , lê as informações daquela cena em voz alta e em seguida bate a claquete. A partir daí, o editor consegue facilmente sincronizar o material seguindo apenas o som - semelhante ao de “palmas” - registrado. 

A claquete foi inventada por F. W. Thring, chefe dos Estúdios Efftee em Melbourne, Austrália. A data da sua criação é incerta mas o consenso é que foi na década de 1920. Posteriormente, ela foi refinada por Leon M. Leon, um ​engenheiro de som.

Modelo de claquete tradicional (1953)
Nos primórdios do cinema, uma pessoa segurava somente a placa para as câmeras com as informações da cena, enquanto outro ‘batia’ duas varas juntas na frente da câmera para ter o som de "palmas". A combinação dos dois em um só objeto fez com que somente uma pessoa fosse necessária para executar a tarefa.

Claquetes têm sido essenciais para o processo de produção de filmes desde o surgimento dos filmes sonoros. As claquetes tradicionais consistiam em uma chapa de madeira ou placas feitas de peças de ardósia, com as informação da cena escritas em giz ou marcador. Depois vieram as claquetes modernas, que geralmente usam um par de varas de madeira em cima de um quadro branco ou placas de vidro acrílico.


Hoje, com o avanço da tecnologia, muitas das grandes produções passaram a utilizar "digislates" ou "smart slates". O visor das claquetes é em LED, e um timecodeé gerado através do gravador de áudio. Os dois são sincronizados e a placa só é mostrada para a câmera antes de uma cena começar a ser filmada, para que os editores encontrem o mesmo ponto no filme e nas trilhas de áudio. Infelizmente, sem o característico som de "palmas". Você pode conferir aqui um operador de claquete explicando como se utiliza a técnica.
--

Confira nossos descontos especiais e leve o cinema para a sua casa:


Festival Primeiro Plano lota sala de cinema em abertura da 15ª edição

$
0
0

A 15ª edição do Primeiro Plano- Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades teve início ontem, e acontece até o dia 03 de dezembro no Cine Arte Palace (Juiz de Fora, Minas Gerais). 

Foram exibidos na abertura os filmes “O disfarce perfeito”, de Jéssica Ribeiro - vencedora do Prêmio Incentivo da edição do ano passado -, “Minas Hotel”, de Marília Lima, e “Os 3 Atos de Carlos Adão”, documentário de Francisco Franco e Diego Navarro.

Para a coordenadora de mídia do evento, Marília Lima, a abertura foi muito positiva, com direito a sala cheia na exibição dos três filmes produzidos na cidade. Segundo ela, o fato das produções serem juiz-foranas ajudou na hora do público ir prestigiar as obras. “A gente teve três filmes interessantes, diferentes a seu modo. Eu acho que eles trabalharam bem uma linguagem aberta, que é o cinema, e principalmente o cinema documentário.”

Vão ser dezenas de filmes exibidos ao longo do Festival, que além dos longas-metragens vai contar também com filmes infantis, mostras competitivas e oficinas. Toda programação é gratuita. Além disso, o Primeiro Plano vai oferecer três oficinas gratuitas: “Documentário” por Leo Ayres; “A luz no cinema – teoria e prática” por Tiago Scorza; e a oficina de “Edição” por Rodrigo Carneiro.

A coordenadora do evento afirmou que a procura pelas oficinas este ano excedeu o número de vagas disponíveis. Sendo a oficina de fotografia “A luz no cinema – teoria e prática” ministrada por Tiago Scorza, a mais requisitada. “Isso mostra que Juiz de Fora tem interesse pelo cinema e busca a prática cinematográfica.”

"Mate-me por favor", longa de Anita Rocha da Silveira, será exibido no festival

Entre os destaques a serem exibidos no Festival temos os longas, “Mate-me por favor”, de Anita Rocha da Silveira; “Xale”, de Douglas Soares, “De longe te observo” de Lorenzo Vigas (Venezuela) e “Deserto”, de Guilherme Weber. 

Já entre os curtas das mostras competitivas, temos produções locais que serão exibidas pela primeira vez em Juiz de Fora, como “Aqueles cinco segundos”, que recentemente levou os Kikitos de melhor diretor para Felipe Saleme e de melhor atriz para Luciana Paes, na 44ª edição do Festival de Cinema de Gramado

Equipe de "Barbante", curta metragem presente na mostra competitiva regional

Também terá a estreia de “Barbante”, de Daniel Couto e Samir Hauaji, que contou com a participação de Laura Cardoso e Vinicius de Oliveira.

A expectativa de Marília para o restante da semana é de que as salas continuem lotadas como a da abertura, e que o público participe dos debates e oficinas, gerando muita discussão cinematográfica.

Mostras competitivas


"Os 3 Atos de Carlos Adão", de Diego Navarro e Francisco Franco
 Na edição 2016, as mostras competitivas reúnem 57 produções selecionadas entre mais de 200 inscritas. Na Mostra Competitiva Mercocidades, foram 23 curtas selecionados de diversas partes do Brasil e de países da América do Sul, com temas e formas diferentes. Já na Mostra Competitiva Regional - que abrange residentes em Juiz de Fora e Zona da Mata -, são 35 curtas, entre filmes feitos com recursos e filmes de exercícios de faculdade.

Ainda dentro da Mostra Regional, o melhor curta feito por diretor universitário também concorre ao Prêmio Incentivo Primeiro Plano, que dá ao vencedor R$ 7 mil para realizar uma nova produção no ano seguinte, como foi o caso da estreante Jéssica Ribeiro, vencedora em 2015 com o curta “Marlene – Histórias de um forró”, e que produziu “O disfarce perfeito” para a 15ª edição.

Já a Mostra Competitiva Mercocidades exibe os filmes dirigidos por cineastas estreantes de países da América do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru, Venezuela, Colômbia e Equador). 

Tradição


O Festival vem sendo realizado de forma ininterrupta desde 2002, e é a oportunidade que o público juiz-forano tem de assistir a filmes que dificilmente seriam veiculados no circuito comercial de cinema, e ainda debater linguagens e pensar um futuro do cinema como um todo. 

O Primeiro Plano - Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades é uma realização do “Luzes da Cidade – Grupo de Cinéfilos e de Produtores Culturais”, da Insensatez Audiovisual, da Universidade Federal de Juiz de Fora, e com o patrocínio de outras entidades e empresas.

"Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", longa de Daniel Ribeiro, será exibido em sessão especial com audiodescrição
Para esta edição, a novidade maior será uma sessão de cinema especial para deficientes visuais, no dia 2 de dezembro. O longa-metragem “Hoje eu quero voltar sozinho”, do diretor e roteirista Daniel Ribeiro, vai ser exibido com audiodescrição. Essa exibição faz parte da Sessão Lanterninha, que é voltada para crianças e adolescentes de escolas públicas de Juiz de Fora e região.

Confira a programação do festival e continue acompanhando nosso blog. Ao longo da semana iremos publicar as novidades do evento. 

Suspense e surreal se encontram em Mate-me Por Favor

$
0
0

“A cidade dorme!” Essa ingênua brincadeira infantil que as personagens jogam reflete em suma a natureza ambígua dessa premiada produção. Mate-me Por Favor faz jus ao seu nome ao retratar um grupo de amigas numa jornada estranha pelas descobertas sexuais de suas juventudes. O filme não passaria apenas de mais um suspense adolescente se não fosse pela presença de questões mais profundas que borbulham sob a superfície frágil dos clichês que o roteiro recorre de propósito.

Bia (Valentina Herszage), Michele (Júlia Roliz), Mariana (Mariana Oliveira) e Renata (Dora Freind) nos levam numa espiral de curiosidade e fascínio mórbidos pelo assassino em série que ataca a região da Barra da Tijuca. O enredo sempre gira em torno do sexo e da violência, e no encontro entre os dois. A constante busca e repressão da sexualidade parecem inapropriadas e até mesmo perigosas com a ausência total de personagens adultos, desta forma, ideias de culpa e punição não demoram muito a aflorar.



Com uma ficha técnica composta majoritariamente de mulheres, tanto na frente quanto atrás das câmeras, o filme subverte o próprio gênero do terror, famoso por ter as mulheres como vítimas preferidas. Há décadas, essas produções atraem milhares de pessoas para as salas de cinema objetificando o corpo feminino como fonte primária de prazer e horror. Os gritos histéricos que embalam a introdução do filme servem de ponto de partida para a desconstrução feita com maestria na estreia, tanto no roteiro quanto na direção, de Anita Rocha, ganhadora do prêmio de melhor diretora no Festival do Rio de 2015.

A religião é um elemento constante na história



Rocha constrói uma distopia muito próxima da nossa realidade e que não precisa de muito para gerar estranhamento. Desde a trilha sonora cheia de músicas funk ao culto religioso pregado por uma jovem em frente a uma cruz neon, Mate-me Por Favor cria um cenário único que remete ao surrealismo de David Lynch, nos lembrando que, apesar do apelo físico, a trama é primariamente psicológica.

Mate-me Por Favor, irônico desde o seu título, tem vários atrativos: as performances convincentes, a boa química entre as personagens, a bela e criativa fotografia e o frescor da direção promissora de Anita. No entanto, assim como na puberdade, o anseio por descobertasé o que nos move. A constante dúvida ofusca a realidade de que o assassino não é completamente desconhecido pela audiência. O espectador é cúmplice nessa história e, por isso, as personagens nos encaram constantemente. 

Festival Primeiro Plano tem Sala Lotada em Terceira Noite da 15ª Edição

$
0
0
Em sua terceira noite, o Festival Primeiro Plano teve sua sala de exibição lotada mais uma vez no Cinearte Palace, em Juiz de Fora, com algumas pessoas sentadas no chão durante a exibição dos curtas. A coordenadora de mídia do evento, Marília Lima, celebrou o sucesso da noite e comentou que “no segundo dia de Mostra Regional e Mercocidades, nós tivemos as duas salas lotadas”.
O terceiro dia da 15ª edição do Primeiro Plano contou com a Mostra Competitiva Regional 2, a Mostra Competitiva Mercocidades 2 e a exibição do longa metragem Xale, de Douglas Soares. 

Marília explica o intuito do festival ao trazer os curtas e como o público os recebe. “A Mostra Regional sempre traz um bom público. É muito legal ver como as pessoas apoiam o cinema local, vindo assistir, trazendo os amigos. E elas acabam ficando também para a Mostra Mercocidades, que conta com filmes de vários estados do Brasil e de fora do país”.

Ela ainda ressalta a intenção de fazer com que as duas mostras se relacionem: “Elas conversam entre si, seja por questão de narrativa, seja por questão de linguagem. Nós tentamos fazer um tipo de curadoria onde todo mundo consegue fazer com que os filmes articulem uns com os outros”.


Mostra Competitiva Regional 2


Durante a Mostra Regional foram apresentados os seguintes curtas: Falta Justificada, de Gustavo Burla; A Menina que Colecionava Estrelas, de Ana Cláudia Ferreira; 1206, de Mia Mozart; Paralelos, de Larissa Portela; SMS, de Leandro Carvalho; Quando se Envelhece, de Wladimir Stefanon; Deixo-te, de Diogo D'Melo; Perdi meu Amor no R.U, de João Victor Medeiros e Firma - O Guia Povo do Santo, de Helena Frade.

A diretora de A Menina que Colecionava Estrelas, Ana Cláudia Ferreira, comenta a felicidade com o festival e com as temáticas tratadas nos curtas: “Os filmes da Mostra Regional estão com temáticas muito atuais, como LGBT, empoderamento feminino, mulheres negras. Eu achei diferente esse ano, e gostei muito de termos mais filmes com essas temáticas”.

Segunda ela, ter um curta no festival a emocionou muito. “Eu fiquei super feliz por ter sido aprovado e pela equipe ser toda de Juiz de Fora. Foi muito bom trazer todo mundo para ver o resultado de um trabalho, que foi puxado, e uma grande produção para um curta metragem”. Ela completa que “significa muito estar aqui, sendo diretora, mulher, fazendo essa estreia em um festival local e tão interessante como o Primeiro Plano”.

A estudante de jornalismo Amanda Padilha acompanha o festival há quatro anos e tenta sempre marcar presença em todos os dias de evento. Sobre a valorização do cinema juiz-forano, ela comenta: “Eu acho uma ótima oportunidade, já que nós temos alguns cursos de cinema e de artes na cidade. Eu acho uma excelente oportunidade para quem faz esse conteúdo ter um espaço próprio para mostrar na própria cidade, já que aqui em Juiz de Fora o que nós temos, na maioria das vezes, são circuitos muito comerciais e o Festival Varilux, que traz cinema francês. 

Mostra Competitiva Mercocidades 2

A equipe reunida de "Cão da Estrada", de Erick Martorelli

Durante a Mostra Mercocidades, os curtas apresentados foram: Aqueles Cinco Segundos, de Felipe Saleme; Obra Autorizada, de Iago Cordeiro Ribeiro; Do Lar, de Erik Gasparetto; Cimarron, de Chiara Ghio; Cão da Estrada, de Erick Martorelli e A Culpa, Provavelmente, de Michael Labarca.

Ao início da Mostra, o diretor de Cão da Estrada, Erick Martorelli, não economizou agradecimentos e contou que o curta foi todo produzido com financiamento coletivo: “Hoje é a estreia do filme, mas infelizmente a equipe e o elenco todo não puderam estar aqui, mas eu gostaria de agradecer muito ao Primeiro Plano e a todos pelo apoio”.

A estudante de Arquitetura e Urbanismo Luísa Amaral frequenta o festival há três anos, e ressalta a importância do mesmo: “O Primeiro Plano é um evento fundamental para a cidade. As produções possuem muita qualidade e além disso é tudo gratuito. A iniciativa é muito bacana, e espero de verdade que esse e outros eventos culturais ganhem cada vez mais força na cidade. É muito bom ver as salas de cinema lotadas durante o festival”.

Xale


A noite foi encerrada com a exibição do longa metragem Xale, de Douglas Soares. Sobre a presença do diretor no festival, Marília Lima comenta: “O Douglas já veio no festival em 2009, com o primeiro curta dele, que é o Minha Tia, Meu Primo. E ele está voltando agora com o primeiro longa que ele fez sobre a avó”.

A expectativa de Marília sobre o público foi alcançada, com a sala cheia durante a exibição do documentário experimental

Hoje, às 14h30, na Funalfa (Juiz de Fora), vai acontecer um debate sobre os curtas apresentados na Mostra Regional e Mercocidades, e a programação se estende até à noite, com mais duas mostras e, às  21h, a estreia do longa "Deserto", de Guilherme Weber. Confira aqui a programação completa do festival.

Participantes do Primeiro Plano dão dicas para quem quer investir na carreira cinematográfica

$
0
0

Com salas lotadas e público diversificado, a 15ª Edição doPrimeiro Plano tem se firmado como um espaço de visibilidade para as produções audiovisuais não só da cidade, mas também de todo o Brasil. Profissionais de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília marcaram presença no quinto dia do evento e conversaram com a 365 Filmes sobre o cenário do cinema brasileiro e alternativas para a produção independente no país.

Por meio do Catarse, Gabriel Alvim, diretor e roteirista do curta “Segundo o Sexo”, conseguiu financiamento para a produção do filme. Gabriel é formado em Direito, e foi prestando consultoria jurídica para amigos que trabalham com cinema que despertou interesse pela área. “Segundo o Sexo” é sua primeira produção e teve sua estreia no festival ontem, pela Mostra Competitiva Mercocidades. Para o diretor, ainda há grande dificuldade em ganhar financiamento no país, mas com esforço, é possível conseguir outros tipos de apoio. “Dependendo da estratégia que você vai construindo para fazer seu filme, você consegue apoio trabalhando duro. O dinheiro é algo sempre mais difícil. O meu filme eu fiz pelo Catarse, ligando para as pessoas ou conversando pessoalmente. No final das contas, o dinheiro em espécie que você tem, pelo menos no meu caso, é muito menor considerando todos os apoios e contribuições das pessoas.”


Segundo Gabriel, iniciativas como a Spcine, uma empresa pública de cinema e audiovisual de São Paulo, têm sido fundamentais para auxiliar a produção independente no Brasil. “Nos últimos anos, houve um crescimento em relação à política pública voltada para o cinema. Isso aconteceu também na esfera federal, com a lei de ‘Cota de Telas’, que estabelece uma necessidade do produto brasileiro estar nas telas dialogando com o próprio público brasileiro”, diz Gabriel. “Eu sou bastante otimista com a produção brasileira e acho que o público vai se acostumar cada vez mais, e acho que a partir disso, o desenvolvimento dessa identidade cultural brasileira ganha bastante”.

Cena do curta "Não é Pressa, é Saudade", de Camilla Shinoda

Em Brasília, as produções dependem também de editais e projetos como o Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF), segundo Camilla Shinoda, diretora de “Não é Pressa, é Saudade”, também exibido ontem na Mostra Competitiva Mercocidades. A produção do filme contou com o apoio da FAC-DF, mas, por se enquadrar na categoria de iniciante, recebeu um valor menor para financiamento. O curta foi viável com o apoio dos profissionais que “compraram” o projeto. 

Mesmo que o financiamento seja pouco, a dica de Camilla é aproveitar oportunidades da fase atual. “Acho que estamos em um momento de produção muito interessante. O meu filme tem essa linguagem híbrida, que mistura documentário e ficção, e acho que isso tem sido uma cena crescente no cinema brasileiro. Acredito que o cinema brasileiro está em um bom momento, e acho que o público tem recebido isso, aceitado cada vez melhor, tem se aberto muito para novas linguagens, novos experimentos e novos tipos de história”, diz Camilla.

O curta-metragem "Nó", dirigido por Pedro Gui

Para Pedro Gui, diretor de , que foi exibido ontem pela Mostra Competitiva Regional, a criatividade e persistência são fundamentais para quem quer dar o primeiro passo na carreira cinematográfica. “Estamos vivendo hoje a era de ouro do cinema. Hoje em dia, as câmeras não deixam a desejar em nada, você consegue fazer um trabalho muito bom com equipamentos mais simples. Acho que a criatividade está se sobrepondo à técnica”, explica. “A minha dicaé entender a área de execução que você pretende seguir. No cinema, nós temos 50 ou até mais funções, então você tem que descobrir o que gosta de fazer, e fazer muito até o ponto de que cada vez que você erra, está repaginando e fazendo melhor, até o momento que você de fato consiga se expressar cinematograficamente”.


Cinema em Juiz de Fora (MG)


Bastidores do curta "Aqueles Cinco Segundos", premiado no Festival de Gramado. Créditos: Diego Zanotti

Uma das principais formas de incentivo em Juiz de Fora é a Lei Murilo Mendes, que está em vigor desde 1995. O projeto contemplou, por exemplo, o curta “Aqueles Cinco Segundos”, premiado na 44ª edição do Festival de Cinema de Gramado, com os Kikitos de melhor diretor para Felipe Saleme e de melhor atriz para Luciana Paes. Segundo Felipe, a Lei Murilo Mendes, por ser municipal, desperta admiração entre outros profissionais. “No festival em Gramado, quando me perguntaram como o filme foi feito, eu contei que era uma lei municipal, e eles ‘cresciam os olhos’, porque é uma coisa que não tem em todo lugar. Essa iniciativa ininterrupta é fundamental, principalmente para quem está começando”.

Ainda de acordo com Felipe, o Festival Primeiro Plano também serve de estímulo para iniciantes. “É a prova de que santo de casa faz milagre. Juiz de Fora foi a cidade que mais representou o cinema brasileiro em Tiradentes esse ano, então alguma coisa está acontecendo aqui”, conta. “É muito legal você perceber essa coisa de, ao invés de sair ou para fazer ou para ver, traz gente para fazer aqui em Juiz de Fora. A Lei Murilo Mendes também faz muito isso, já que uma das bases dela é que a produção seja local. Esse tipo de coisa é importantíssimo”, afirma Felipe.

Para Nilson Alvarenga, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e um dos organizadores do Primeiro Plano, a Lei Murilo Mendes é fundamental, mas ainda há muito a se fazer para melhorar o incentivoàs produções audiovisuais na cidade. “Sem a Lei Murilo Mendes, muitos dos curtas-metragens e outros materiais que foram produzidos aqui na cidade não teriam sido feitos. Por outro lado, o desafio é pensar em novos mecanismos e formas de incentivo. Sobretudo, de estimular as empresas a investir na cultura. Os empresários de Juiz de Fora têm pouca tradição de investir na cultura”, explica Nilson.

Para o organizador, o Festival Primeiro Plano vem como uma oportunidade de trazer reconhecimento para as produções locais. “O Festival sempre é visto pela gente que faz parte da organização como um espaço de visibilidade para os filmes e de debate, de discussão, de encontro. São lugares afetivos, onde seu filme é exibido, depois você está conversando sobre ele com outras pessoas que também estão produzindo. É um espaço de diversão e de pensamento sobre o cinema”.

Para quem quer se lançar na carreira cinematográfica, Nilson aconselha apostar em um diferencial: linguagem: “Quando não tem condições financeiras, ou de entrar em um edital, o jeito é investir em linguagem. Isso é possível fazer sem recurso. Fazer pequenas produções mesmo, atingindo um pouco a linguagem cinematográfica, e ideias que vão surgindo desse desenvolvimento de linguagem, que aí sim você consegue fazer bons projetos. Fazendo bons projetos, você vai conseguir financiamento e implementar seu filme”, orienta. “É isso que diferencia produções. Às vezes você vê produções muito bem intencionadas, mas que pecam em termos de qualidade da linguagem e de expressar aquilo que quer”, finaliza.

O Primeiro Plano continua nesta sexta-feira, 02, com as mostras competitivas Regional e Mercocidades, além da estreia do longa metragem “De longe te observo”, de Lorenzo Vigas. Confira a programação completa pelo link.
Viewing all 281 articles
Browse latest View live