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De Fred Astaire a WALL-E: confira 7 referências em La La Land

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"As pessoas amam as coisas pelas quais outras pessoas são apaixonadas". O diretor Damien Chezelle, já consagrado por Whiplash (2014),  provou isso em La La Land, já que um dos motivos de maior fascínio da audiência são as referências aos filmes clássicos. O longa-metragem trouxe uma natureza saudosista dos musicais hollywoodianos da Era de Ouro e encantou a audiência de uma geração que não estava acostumada com esse estilo. Entre os referenciados estão grandes filmes como Cantando na Chuva (1952), Amor Sublime Amor (1961) e Grease (1978), chegando até mesmo a sucessos contemporâneos como Moulin Rouge! (2001). 

Mas não é só nessas homenagens que La La Land remete a filmes clássicos. Separamos algumas inspirações e referências espalhadas pelo filme que você pode não ter percebido. Atenção: esse texto contém spoilers. A 365 Filmes não se responsabiliza pelos danos causados! 

1. A maior inspiração

Cena do filme "Os Guarda-Chuvas do Amor", ganhador do prêmio Palma de Ouro no Cannes de 1964



O filme que mais influenciou La La Land foi o francês Os Guardas-Chuvas do Amor (1964), de Jacques Dermy. O clássico inspirou angulações e movimentos de câmera, os diálogos cantados e até mesmo a narrativa do casal protagonista. Esse tributo de Chazelle a Dermy fica explícito em vários momentos: na peça desenvolvida por Mia (Emma Stone), onde a personagem se chama Geneviève, mesmo nome da protagonista francesa; e na cena em que a janela do filme Casablanca é mostrada, logo embaixo dela funciona uma loja de guarda-chuvas.

2. Sapateado

Cena do filme "Os Guarda-Chuvas do Amor", ganhador do prêmio Palma de Ouro no Cannes de 1964



A cena que virou o pôster do filme foi a coreografia mais trabalhosa e não é à toa: as inspirações não são ninguém menos que Fred Astaire e Ginger Rogers, principalmente no filme “O Picolino” (1935) e “Vamos Dançar?” (1937). Devido à luz do crepúsculo, Emma Stone e Ryan Gosling tinham apenas 33 minutos diários – equivalente a cinco tentativas - para acertar o complicado plano sequência. Para garantir o sucesso, os ensaios para esse momento começaram em maio de 2015.

3. Epílogo

O filho do próprio diretor protagonizou o clássico "O Balão Vermelho"
No número de dança que marca o epílogo de La La Land vemos uma série de homenagens explícitas a vários filmes famosos. O relógio remete a “Meia-Noite em Paris” (2011), de Woody Allen, enquanto os balões entregues à personagem de Emma Stone recriam uma cena de “Cinderela em Paris” (1957). No entanto, uma delas passa quase despercebida. Um dos figurantes segura um balão enquanto traja roupas idênticas ao protagonista de “O Balão Vermelho” (1956), de Albert Lamorisse. O clássico tem pouco mais de meia-hora e quase nenhum diálogo, mas ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original.

4. Carreira do diretor

Jason Palmer e Desiree Garcia em "Guy and Madeleine on a Park Bench"

A demorada troca de olhares dos protagonistas no final de La La Land é a assinatura característica de Damien Chazelle – a mesma coisa acontece em Whiplash (2014). Mas não é só essa ligação com o passado da carreira do diretor. Enquanto Mia e Sebastian caminham pelos estúdios da Warner, dois figurantes aparecem carregando um grande pôster para um filme chamado “Guy and Madeleine”. Isso é uma referência à "Guy and Madeleine on a Park Bench" (2009), primeiro filme de Chazelle, que também é um drama musical sobre jazz.

5. Cenários e figurinos

Placa do tradicional restaurante Smoke House no bairro de Burbank em Los Angeles
A direção de arte é responsável por várias das referências sutis em La La Land. Por exemplo, a jaqueta vermelha que Mia usa em duas de suas audições faz homenagem ao figurino do personagem de James Dean em Juventude Transviada (1955). Além disso, a locação usada para filmar o restaurante gerenciado por J.K. Simmons é o tradicional Smoke House, estabelecimento que fica em frente aos estúdios da Warner em Los Angeles. Ele sempre foi ponto de encontro para celebridades e também já foi locação para vários outros filmes e séries de TV.

6) Grafites

"Você é a Estrela", mural feito em 1983 pelo artista Thomas Suriya, localizado na Avenida Wilcox em Los Angeles



Nas cenas em que Mia (Emma Stone) anda pelas ruas desertas da noite de Los Angeles vemos dois grafites que são pontos turísticos da cidade e dicas bem-humoradas sobre o futuro da personagem. O primeiro mostra diversos atores e atrizes dos filmes antigos, já o segundo apresenta várias personalidades famosas sentadas em uma sala de cinema, de forma que elas encaram quem passa na calçada. O título da obra é “Você é a Estrela”.


7. Animações como inspiração

A animação é uma distopia em que o Planeta Terra é inabitável, por estar coberto de lixo



Segundo a coreógrafa Mandy Moore, o próprio diretor deu as diretrizes para a valsa do casal no observatório de Los Angeles. Entre elas estavam duas animações como exemplo. A clássica dança em “A Bela e a Fera” (1991) inspirou os rodopios quase esvoaçantes da coreografia, enquanto a sequência em que os protagonistas cruzam o céu estrelado teve inspirações inusitadas. Apesar da forte ligação com o contemporâneo Moulin Rouge! (2001), o diretor indicou um momento da animação WALL-E (2009) para exemplificar a leveza e fluidez que queria mostrar na cena. O momento em questão é quando os robôs WALL-E e Eva dançam pelo espaço.

Este vídeo reúne as principais referências do filme. Assista abaixo:


Encontrou outras? Conte para a gente nos comentários!
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O hiperrealismo documental de Baronesa | 20ª Mostra de Tiradentes

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Qual a fronteira entre documentário e ficção no cinema? Essa é uma questão pertinente numa época em que se voltou a pensar numa produção cinematográfica híbrida, fugindo da dicotomia de apenas ser um ou outro. Os docudramas ganharam espaço nos últimos anos, mas quase nada chegou perto da proposta do filme que abriu a décima edição da Mostra Aurora, no aniversário de vinte anos da Mostra de Cinema de Tiradentes. Baronesa, filme de estreia da mineira Juliana Antunes, retrata a realidade num recorte tão preciso que pode levar o espectador a pensar que é uma ficção. 

O filme se passa na periferia de Belo Horizonte, num bairro que leva o mesmo nome da diretora, Juliana. O contexto em que o filme foi rodado é o de uma guerra entre traficantes no bairro. A equipe passou seis meses retratando esta realidade a partir das ações de duas protagonistas: Leidiane e Andreia.

A ideia do projeto surgiu quando a diretora se questionou para onde iriam os ônibus que passavam pelo centro de Belo Horizonte e tinham como destinos locais com nome de mulheres, decidiu então percorrer essas linhas e visitar esses lugares. A equipe fez esse processo seguidas vezes até conseguir abertura para o primeiro contato. “As mulheres desses lugares estão quase sempre em ambientes privados, seja em casa, ou no trabalho, então para conseguir uma aproximação começamos a frequentar os salões de beleza”, relata a Juliana Antunes.

Sessão lotada de "Baronesa". Foto de Jackson Romanelli (Universo Produção)
Um dos grandes trunfos do filme está na montagem de Affonso Uchoa (diretor do premiado A Vizinhança do Tigre) e Rita Pestana, que dá ritmo e forma ao enredo e garante o foco do espectador durante os 75 minutos do filme. Levando em conta a quantidade de material captada durante todo o processo é possível encontrar incontáveis possibilidades de estruturação da narrativa. É também a partir da montagem que Baronesa torna-se um relato da potência feminina diante dos conflitos inerentes de uma zona de guerra, sem deixar de lado o humor cotidiano.

As aventuras cinematográficas de 'Um Filme de Cinema' | 20ª Mostra de Tiradentes

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Reconhecida como local de invenção de novos realizadores do cinema nacional, a Mostra Aurora nunca tinha contado com a seleção de um mesmo diretor por dois anos consecutivos. Thiago B. Mendonçareverteu essa lógica. Depois de ter sido premiado pelo júri na Mostra Aurora do último ano com o filme "Jovens infelizes ou um homem que grita não é um urso que dança"ele retorna com um proposta curiosa: um filme infantil.

"Um Filme de Cinema" tem como trama a realização de um filme por crianças. Instigadas pela proposta da professora de narrar algo da imaginação, Bebeu (filha de Thiago Mendonça) decide fazer um filme para poder contar sua história, ela pede ajuda ao pai cineasta que depois de um primeiro momento de recusa decide emprestar uma câmera para que a filha possa gravar as cenas que deseja. Envolto nessa história, a narrativa percorre alguns caminhos interessantes quando, por exemplo, Bebeu se põe a entrevistar algumas pessoas. De início pergunta ao pai “o que é cinema?”, mas é o filme que toma essa pergunta pra si e busca responder o questionamento. Toma para isso alguns diretores reconhecidos na história do cinema: Georges Méliès, Charlie Chaplin, Buster Keaton, etc. As gravações vão conduzindo a narrativa e gerando confusões com alguns sistemas de poder estabelecidos, como, por exemplo, com a diretoria da escola. O filme, nesse sentido, estabelece uma relação metafórica com o papel do próprio cinema como elemento de expressão numa zona de conflitos de poder. Um Filme de Cinema caminha pela lógica dos filmes infantis que se movimentam na tríade da aventura composta por: causa; consequências; e aprendizagem/realização.

O segundo longa metragem do diretor paulista parece ter a ideia de ser um filme possível de se ver com toda a família, o que o torna um bom filme na proposta de entretenimento. Na sessão de estreia, ocorrida na terça-feira no Cine Tenda da Mostra de Cinema de Tiradentes, era possível encontrar crianças entusiasmadas com a história torcendo pela protagonista, nesse aspecto, o cinema se revela como forma de reconhecimento do mundo lúdico infantil.


Nos créditos finais encontramos a dedicatória a Andrea Tonacci, que teria incentivado Mendonça a fazer um filme com suas próprias filhas. “Para mim o projeto nasce da necessidade de deixar algo para essa geração que está chegando. Gostaria de fazer um filme para elas e acabei fazendo com elas”, comenta o diretor. Um Filme de Cinema certamente não é um dos favoritos a levar o prêmio este ano, está longe de uma linguagem inventiva que caracteriza essa premiação, mas o filme tem na fácil comunicação com o público seu maior trunfo.

7 filmes estrangeiros imperdíveis na Netflix

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Sabe quando você quer assistir a um filme e não consegue encontrar nenhum interessante? Às vezes, mesmo adicionando alguns à seção "minha lista" da Netflix, fica difícil de escolher. Pensando nisso, selecionamos ótimos filmes estrangeiros que - surpreendentemente - se encontram disponíveis no catálogo do site de streaming. Confira abaixo:

1) Paris, Texas

Paris, Texas | Wim Wenders | França | Alemanha | 1984
Lançado em 1984, Paris, Texas é um drama franco-germânico dirigido por Wim Wenders,  que também já dirigiu filmes como "Asas do Desejo", "Tão Longe, Tão Perto" e "O Sal da Terra". O filme é um dos mais conhecidos e aclamados pela crítica do diretor. O longa traz no elenco Harry Dean Staton, Nastassja Kinski, Dean Stockwell e Aurore Clément. Paris, Texas conta a história de um homem que ficou desaparecido por mais de quatro anos e foi reencontrado pelo irmão em um hospital no Texas. O filme recebeu ótimas críticas e diversos prêmios, entre eles a Palma de Ouro no Festival e Cannes e indicação na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro. 

2) A Pele que Habito

La Piel que Habito | Pedro Almodóvar | Espanha | 2011
Lançado em 2011, A Pele que Habito é um suspense espanhol dirigido por Almodóvar e estrelado por Antonio Banderas e Elena Anaya nos papéis principais. O filme conta a história de um notável cirurgião plástico que desde que sua esposa sofrera graves queimaduras após um acidente de carro adquiriu uma obsessão de recriar em laboratório a pele humana. O longa foi indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro e competiu à Palma de Ouro no Festival de Cannes.

3) A Delicadeza do Amor

La Délicatesse | David e Stéphane Foenkinos | França | 2011
Lançado em 2011, A Delicadeza do Amor é um filme francês de comédia romântica e dirigido por David e Stéphane Foenkinos. O elenco conta com Audrey Tautou, François Damiens, Bruno Todeschini e Mélanie Bernier. O longa narra a história de Nathalie, uma jovem que tem uma vida e um casamento de sucesso. Mas quando seu marido morre em um acidente, seu mundo vira de cabeça para baixo. Nos anos seguintes, ela foca no seu trabalho e acaba deixando seus sentimentos de lado. Quando ela embarca em um relacionamento inesperado, sua situação começa a mudar. O filme recebeu a indicação de Melhor Filme no César de 2012. 

4) Depois de Lúcia

Después de Lucía | Michel Franco | México | 2012
Depois de Lúciaé um drama mexicano dirigido por Michel Franco e lançado em 2012. O longa conta a história de um pai e uma filha após a perda da mãe, o que faz com que que a relação dos dois fique abalada. Para tentar superar a morte da esposa, Roberto decide se mudar para a Cidade do México, mas Lúcia começa a sofrer abuso físico e emocional em sua nova escola. 

O filme ganhou o prêmio "Un Certain Regard (UCR)", do Festival de Cannes, que dá destaque a um cinema mais atípico do que os da seleção principal, valorizando assim cineastas pouco conhecidos. Depois de Lúcia também foi o filme mexicano escolhido para participar da categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar, mas não chegou na lista final. 

5) Ida

Ida | Pawel Pawlikowski | Polônia | 2013
Dirigido por Pawel Pawlikowski, Ida foi o primeiro filme polonês a receber um Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. O elenco conta com Agata Trzebuchowska como protagonista, uma estudante sem nenhuma experiência prévia de atuação, que foi descoberta pelo diretor através de uma foto. Devido às dificuldades para encontrar uma atriz que se encaixasse no papel, Pawlikowksi pediu a seus amigos que tirassem fotos secretas se encontrassem alguma mulher que se assemelhasse à personagem. Assim, um de seus amigos viu Agata em um café e a convenceu a fazer um teste.

O filme se passa na Polônia em 1962 onde Anna (Agata Trzebuchowska) é uma órfã criada por freiras. Mas antes de completar seus votos, ela precisa encontrar sua família. Ela então vai visitar Wanda, sua única parente ainda viva e ela conta a Anna que ela é judia. As duas mulheres iniciam uma viagem para encontrar a história de sua família, e descobrirem quem realmente são. 

6) A Grande Beleza

La Grande Bellezza | Paolo Sorrentino | Itália | França | 2013
Dirigido por Paolo Sorrentino, que atualmente dirige a série "The Young Pope", com Jude Law, "A Grande Beleza"é um filme italiano que traz Toni Servillo, Carlo Verdono, Sabrina Ferilli e Isabella Ferrari no elenco. O longa se passa durante o verão em Roma e conta a história do escritor Jep Gambardella. Ele tem 65 anos de idade e desde o grande sucesso de seu romance "O Aparelho Humano", escrito décadas antes, ele não escreveu nenhum outro livro. A Grande Beleza ganhou na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar e no Globo de Ouro, além de ter sido indicado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes.

7) 3096 Dias de Cativeiro

3096 Tage | Sherry Hormann | Alemanha | 2013
Lançado em 2013, "3096 Dias de Cativeiro"é um drama biográfico baseado no livro da austríaca Natascha Kampusch e conta a história do seu sequestro ocorrido entre 1998 e 2006, em Viena, na Áustria. O elenco traz Antonia Campbell-Hughes, Thure Lindhardt, Trine Dyrholm e Dearbhia Molloy. O longa retrata o período em que Natascha estava confinada, e mostra também a estranha relação entre ela e Wolfgang Priklopil, seu sequestrador que a abusa física e psicologicamente. O longa acompanha o momento de sua fuga e sua readaptação à vida em sociedade.

Quais outros filmes estrangeiros vocês já encontraram na Netflix e se surpreenderam? Conte para a gente!

"Sem Raiz" e o cinema como motor ideológico | 20ª Mostra de Tiradentes

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O cinema pode ser uma ferramenta potente na criação de um imaginário coletivo dominante e na exposição de um discurso ideológico. Nesse sentido, fazer cinema também é fazer política. Partindo desse pressuposto Sem Raiz, do diretor paulista Renan Rovida, articula um discurso marxista anti-capitalista a partir da história de cinco mulheres que expõem, com ações do cotidiano, a precariedade das relações de trabalho.

Sem Raiz é dividido em quatro pequenas histórias (Sem Emprego, Sem Lucro, Sem Propriedade e Sem Comunidade) costuradas por cenas de mulheres num assentamento de trabalhadores sem terra. “A gente começou o projeto num trabalho colaborativo, bem baseado em teatro de grupo de São Paulo. Em 2014 começamos a pesquisar sobre empreendedorismo feminino, eu trouxe uma cartilha de uma palestra do Sebrae, e alguns materiais teóricos em que a Talita [Araújo] começou a trabalhar no roteiro. O processo é o seguinte: a gente pesquisa alguns temas, alguns materiais em comum e a fazemos uma cena, e se improvisa a partir disso, aí então eu e a Talita escrevemos sobre esse improviso e foi a partir desse processo de troca que o roteiro foi construído e os personagens foram nascendo”, comenta o diretor.

O caminho da expressão audiovisual como forma de embate e resistência cria um canal entre arte e política que atua também como um tipo de manifesto autoral. O longa de estreia de Renan Rovida segue o ponto de vista do trabalhador, algo que também está presente em criações anteriores do diretor, como nos curtas metragens: Entre nós, dinheiro; e Coice no Peito. Esse é o caminho possível de um coletivo de cinema (tela suja filmes) que questiona as relações de poder e se coloca em embate com isso.

Helena Ignez e a homenagem ao amor

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Foto: Leo Lara - Universo Produção
A temática do feminino e da igualdade de gêneros permeou muitas das discussões durante a semana da vigésima edição da Mostra de Filmes de Tiradentes e a organização não poderia ter escolhido homenageada melhor para dialogar com essas questões. Helena Ignezé o cinema brasileiro moderno em carne e osso. De Mariana (personagem recatada de O Padre e a Moça) à Ângela Carne Osso (protagonista do gigante A Mulher de Todos) ela é uma e muitas ao mesmo tempo e expõe de forma incontestável o poder do feminino.

Nascida em Salvador no começo dos anos 40, viveu na adolescência a efervescência cultural baiana dos anos 50. Estudou teatro e tão logo descobriu a vocação de atriz. Estreou no cinema com Pátio do também estreante Glauber Rocha, com quem tinha um relacionamento na época. Esteve em filmes importantes do Cinema Novo (A Grande Feira; O Assalto ao Trem Pagador; O Padre e a Moça), mas foi no chamado Cinema Marginal, com Rogerio Sganzerla e Júlio Bressane, que ela chegou ao desbunde e expôs toda a potência feminina que a consagra como uma das maiores atrizes brasileiras de todos os tempos.

Helena Ignez em cena de "Copacabana Mon Amour" (1970), de Rogério Sganzerla.
Seu último longa-metragem, Ralé, é um manifesto ao amor e é a partir do amor que Helena Ignez acredita poder diluir os conflitos e as intolerâncias. Para ela não há espaço para separações. “Os homens foram meus grandes amigos na minha adolescência, porque as mulheres estavam mais para trás ainda, elas que me censuravam. Com os homens eu tinha um tipo de cordialidade e amizade muito maior, então eu tenho que citar um rapaz de 20 anos que em 1967 disse numa entrevista que as mulheres estavam tomando mais consciência de si mesmas e do social e que os homens estavam ficando pra trás, esse foi Rogério Sganzerla, que pode fazer A Mulher de Todos colocando na tela uma espécie de super-mulher”, relembra a atriz e diretora.

Aos 74 anos mostra força e vitalidade de quem ainda tem muito para criar. Estará no próximo longa metragem de Cristiano Burlan, ainda em processo de finalização, ao lado de Jean Claude Bernardet. Helena Ignez é uma força da natureza, uma saída viável para qualquer mediocridade. Em tempos de debates que imitam plateias de programas de auditório, ela recebe aplausos de todos os lados.

A busca de Elon | 20ª Mostra de Tiradentes

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O longa metragem de estreia do cineasta mineiro Ricardo Alves Jr., Elon Não Acredita na Morte, integrou a Sessão Horizonte na vigésima edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, destinada a filmes que foram premiados em festivais no ano de 2016 e que, em sua maioria, têm previsão de estreia no circuito comercial. O filme narra a busca incessante de Elon, interpretado por Rômulo Braga, por sua esposa desaparecida e os desdobramentos dessa procura.

O filme é um desdobramento do enredo presente no curta metragem Tremor, o diretor Ricardo Alves Jr. relata suas motivações para dar sequência a esse projeto. “O Elon é um personagem que existe, vive em Belo Horizonte. Na verdade ele foi ator do meu primeiro curta metragem [Material Bruto], que é feito com a ideia da loucura, uma loucura pensada no corpo, um documentário performático. E desde aquele filme a presença do Elon foi muito forte, algo misterioso, porque parecia que entre ele e eu havia um abismo e esse abismo era o que me provocava a querer entender mais. Então fiz o Tremor e durante a história do filme ele fala essa frase, que não acreditava na morte, e eu achei isso um motivo, ou seja, foi o ponto de partida pra abrir outros caminhos”, comenta o diretor que também assina o roteiro.

Elon Não Acredita na Morte se compromete com a busca do personagem e a única certeza que o espectador tem é a que o título sugere. A câmera segue de forma incansável o protagonista em ambientes estreitos e escuros, criando uma atmosfera de suspense e uma sensação de claustrofobia a medida que a narrativa se desenrola. O filme foi muito bem recebido pelo público no 49º Festival de Brasília, em 2016, e está na seleção do Festival de Roterdã deste ano.

'The Beguiled', novo filme de Sofia Coppola, ganha trailer intrigante

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O novo filme de Sofia Coppola acaba de ganhar seu primeiro trailer e imagens exclusivas divulgadas pela EW. The Beguiled, com título brasileiro de "O Estranho que Nós Amamos", reúne Nicole KidmanColin Farrell, Kirsten DunstElle Fanning.

A produção é um remake do filme de Don Siegel de 1971, protagonizado por Clint Eastwood e Geraldine Page.

Ambientado na Guerra Civil Americana, a história traz Colin Farrell no papel de um soldado ferido abrigado por um internato feminino. Sua chegada desperta o desejo das estudantes e professoras e desencadeia conflitos de ciúmes e traição.

Assista ao trailer aqui:







7 curiosidades sobre Trainspotting, de Danny Boyle

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A continuação de Trainspotting (1996), filme de Danny Boyle baseado no livro homônimo de Irvine Welsh, estreia no Brasil no dia 16 de fevereiro (quinta-feira). Para relembrar o primeiro filme e se preparar para a continuação das histórias de Mark Renton (Ewan McGregor), Sick Boy (Jonny Lee Miller), Spud (Ewen Bremner) e Begbie (Robert Carlyle), um grupo de viciados em heroína que vive em um subúrbio de Edimburgo, na Escócia, separamos algumas curiosidades do filme de 1996. Confira:

1) Baixo orçamento


Devido ao orçamento reduzido de $2,5 milhão, a maioria das cenas tiveram que ser gravadas em um único take e as gravações duraram apenas sete semanas e meia.

2) Braço falso


Para as cenas de close-up de Ewan McGregor injetando heroína, o departamento de maquiagemconstruiu um braço prostético por cima do braço do ator, com veias pulsando e pequenas bolsas de sangue que apareciam quando a pele era perfurada pela agulha hipodérmica. Nesta entrevista para o jornal britânico The Independent, Ewan conta mais detalhes do processo.


3) Dieta especial


Ewan McGregor se submeteu a uma dieta especial para conseguir a aparência de um jovem viciado em drogas, perdendo até 12 quilos para fazer o papel de Renton.

4) Banheiro com cheiro de chocolate



A famosa cena do "pior banheiro da Escócia" - Worst Toilet in Scotland - foi na verdade feita com mousse de chocolate, apresentando um cheiro bem diferente do imaginado ao se assistir o filme. Curiosamente, alguns anos depois, o diretor usou o mesmo truque em seu filme "Quem Quer Ser Um Milionário?", de 2008. Além do chocolate, entretanto, foi usado também creme de amendoim para criar a consistência desejada para esta cena do longa.

5) A Escolhida


Para a personagem Diane, o diretor do filme queria alguém sem experiência prévia, para que ninguém questionasse que uma atriz de 19 anos estivesse interpretando o papel de uma jovem de 14 anos. Assim, os cineastas entregavam flyers em baladas perto de Glasgow e até mesmo abordavam mulheres na rua. Quando Danny Boyle avistou Kelly Macdonald, ele sabia que ela era a escolha certa. Após o sucesso de Trainspotting, Macdonald estrelou filmes como "Elizabeth" (1998), "Onde Os Fracos Não Têm Vez" (2007) e "Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2" (2011).
    

6) Mudança de papéis


Ewen Bremner interpretou Mark Renton no teatro, mas Danny Boyle sempre imaginou Ewan McGregor no papel após trabalhar com o ator em Cova Rasa (1994), primeiro filme de Boyle. Então, Bremner ficou com o papel de Spud.


7) Participação especial


Irvine Welsh, o escritor do livro que deu origem ao filme, faz uma participação no filme como Mikey Forrester.

Trainspotting 2 estreia no dia 16 de fevereiro nos cinemas do BrasilAproveite para ver o trailer legendado e se preparar para o filme:



A reinvenção de Jean-Claude Bernardet

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A vida de um dos críticos do cinema brasileiro mais icônicos está num documentário que integrou a Mostra Olhos Livres da vigésima Mostra de Cinema de Tiradentes. A Destruição de Bernardet, dirigido por Claudia Priscilla e Pedro Marques, se debruça sobre o envelhecimento do belga naturalizado brasileiro Jean-Claude Bernardet.

O título do filme é intrigante, convida o espectador a ser cúmplice numa jornada destrutiva da imagem estampada num passado de um ser que envelhece e se confronta com a ideia de fim. “Na verdade o que a gente entendeu como fato pra destruição seria a profanação do intelectual. Em São Paulo ele é chamado pelos intelectuais e alunos da ECA de Bernardet, então por isso A Destruição de Bernardet. A ideia seria a de profanar esse intelectual e devolver um ser humano que sai desse lugar em que o Jean-Claude sempre foi posto, de uma ser inatingível. Mais do que tudo é um filme sobre a reinvenção da longevidade. E eu acho que esse é o grande legado que o Jean-Claude nos dá”, comenta a diretora.

A destruição, nesse sentido, não se refere a um comum processo de decadência, mas sim a um modo de vida que busca abandonar as antigas vestes e seguir por um terreno que possibilite novos olhares e percepções. Frequentar essa mudança é poder ouvir as vozes do passado gravadas em audio tape e perceber que já se habita um outro espaço. Protagonizando filmes de Cristiano Burlan e Kiko Goifman, Jean-Claude integra em sua atual fase a vocação de um ator-performer e mostra que envelhecer pode ser mais que um processo de espera pelo fim.

Bolão do Oscar 2017

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Está no ar a 4ª edição do BOLÃO DO OSCAR! Este ano ele é organizado pela parceria 365 Filmes e Cinematologia, e apoio da Versátil Home Video. Faça suas apostas e concorra a diversos prêmios. E o melhor: você tem duas chances de ganhar. Premiaremos aquele que acertar o maior número de categorias e realizaremos um sorteio entre todos os demais participantes. Se você acredita que será difícil acertar nas apostas, ainda sim tem chances de sair premiado pelo sorteio. Mas capriche para conquistar o maior dos prêmios!

Para participar, basta curtir as páginas 365 Filmes e Cinematologia no Facebook,  preencher o formulário (abaixo do regulamento) e ficar na torcida!

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REGULAMENTO

O participante deve:
- Curtir as páginas 365 Filmes e Cinematologia no Facebook.
- Residir em território nacional.
- Preencher corretamente o formulário abaixo, votando em todas as categorias, até a etapa final com a mensagem de confirmação.
- Utilizar um endereço de e-mail válido, que será utilizado para confirmação da autenticidade do participante.


O vencedor do Prêmio 1 (Bolão) está automaticamente impossibilitado de concorrer ao Prêmio 2 (Sorteio).
Cada participante só poderá votar uma única vez. Caso contrário, será automaticamente eliminado.
Qualquer tentativa de fraude acarretará imediata eliminação do participante.
Ao se inscrever, o participante autoriza a eventual divulgação de seu nome em material publicitário nos meios parceiros.
A votação encerra-se às 23:59 do dia 25 de Fevereiro de 2016.

PROCESSO

- Bolão
O vencedor do 'Prêmio 1' será o participante que mais pontuar.
Todas as categorias têm pontuação igual a 01.

Em caso de empate, o método de desempate será por peso* das categorias, na ordem presente no formulário:
Melhor Filme - 05 pontos
Melhor Diretor - 04 pontos
Melhor Ator - 03 pontos
Melhor Atriz - 03 pontos
Melhor Ator Coadjuvante - 02 pontos
Melhor Atriz Coadjuvante - 02 pontos
As demais tem peso igual a 01.

* - as pontuações acima só serão consideradas em caso de empate.
Se mais de uma pessoa acertar todas as 21 categorias, o vencedor será definido por sorteio.

- Sorteio
O vencedor do 'Prêmio 2' será aquele que for sorteado entre todos os participantes, independente da pontuação que fizer no Bolão.
Cada participante terá um cupom, igual ao número respectivo à ordem de participação. Ex: o cupom da 15º pessoa a se inscrever será o de nº 15.

RESULTADO

O resultado será divulgado no dia 27 de Fevereiro (segunda-feira), aqui no blog e nas páginas de Facebook da 365 e Cinematologia.
Os vencedores serão também comunicados por e-mail e deverão informar endereço brasileiro válido para envio dos prêmios.

PRÊMIOS

Prêmio 1 - Vencedor do Bolão

Camiseta 365 (à escolha do vencedor)

Almofada 365 - Amélie Poulain
Bolsa Tote Bag 365 - Diretores
Caderninho 365 - La La Land
Pote de Pipoca 365 - Tarantino/Wes Anderson
Pote de Pipoca 365 - Scorsese/Woody Allen
3 Bottons sortidos 365
BOX - Trilogia O Poderoso Chefão
LIVRO - Conversas com Kubrick
DVD - Malcom X (Oferecido pela Versátil)
DVD - A Arte de Arthur Penn (Oferecido pela Versátil)
DVD - A Primeira Guerra no Cinema (Oferecido pela Versátil)
DVD - Whiplash

Prêmio 2 - Vencedor do Sorteio

Camiseta 365 (à escolha do vencedor)
Caderninho 365 - La La Land
Pote de Pipoca 365 - Wes Anderson/Tarantino
1 Bottons sortidos 365
BOX - Trilogia Batman
DVD - O Cinema da Nova Hollywood (Oferecido pela Versátil)
DVD - Sérpico (Oferecido pela Versátil)



10 clipes musicais inspirados em filmes

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Rock, heavy metal, pop, new wave, hip hop. Bandas e artistas de todos os estilos musicais já foram influenciadas pelo cinema. Seja para homenagear um diretor ou somente um filme, os clipes sempre fazem o público se lembrar daquele filme favorito, e quem sabe, podem fazer até com que a gente reveja. Pensando nisso, selecionamos alguns clipes musicais com referência ao mundo cinematográfico. Confira:

1) Viagem à Lua (1902): The Smashing Pumpkins - Tonight Tonight


A banda Smashing Pumpkins faz um tributo ao filme "Viagem à Lua" (1902) de Georges Méliès, primeiro filme de ficção científica da história. Viagem à Lua foi extremamente inovador em sua época e mostra um grupo viajando para o planeta e encontrando criaturas estranhas por lá. O clipe Tonight Tonight recria muitas das cenas do filme numa bela homenagem. Veja abaixo:


2) Metrópolis (1927): Madonna - Express Yourself

Lançado em 1989, Express Yourself faz referências ao aclamado longa "Metrópolis" (1927). O clipe de Madonna foi dirigido por David Fincher, e é baseado em elementos do filme expressionista alemão do diretor Fritz Lang. O clipe se encerra com a frase “Sem o coração, não pode haver entendimento entre a mão e a mente”, frase bastante similar à presente em "Metrópolis": “Não pode haver entendimento entre a mão e o cérebro a menos que o coração funcione como mediador.”


3) Um Cão Andaluz (1929): Garbage - Blood For Poppies 

O clipe de Blood for Poppies se baseou no surrealismo de Luiz Buñuel e Salvador Dalí presente no filme “Um Cão Andaluz” (1929). O clipe todo em preto e branco, além de ter sido gravado para parecer antigo, remete ao “mundo dos sonhos” de Buñuel. A banda Garbage também recriou uma das cenas mais famosas do cinema, que é a de um olho sendo cortado neste filme de Buñuel.

4) O Mágico de Oz (1939): De La Soul feat. Redman - Oooh!

Em "Oooh!", temos uma Dorothy moderna que acompanhada do seu cachorrinho encontra um homem de lata, um leão e um espantalho. O sapatinho de rubi não é mais de rubi, mas o grupo de hip hop De La Soul recriou um pouco do encanto do famoso "O Mágico de Oz"(1939). Confira:


5) Um Corpo Que Cai (1958): Faith No More - Last Cup of Sorrow 

A banda Faith no More não só presta homenagem ao filme "Um Corpo Que Cai" (1958) de Alfred Hitchcock, mas também recria diversas cenas, como as que mostram o medo do protagonista por alturas e sua obsessão por uma certa mulher misteriosa (às vezes de uma forma mais cômica). Não é como se o clipe fosse um grande spoiler do filme, mas pode estragar algumas surpresas pra quem ainda não assistiu (então não assista se seu nível de aceitação para spoilers é zero!).



6) Bonnie e Clyde (1967): Berlin - No More Words

Assalto a bancos, armas e fugas em carros antigos. O clipe No More Words da banda Berlin recria bem a atmosfera do filme "Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas" (1967), que conta a história real do casal de criminosos que aterrorizou os Estados Unidos durante a Grande Depressão. Veja o vídeo:



7) O Iluminado (1980): Thirty Seconds To Mars - The Kill (Bury Me)

The Kill é uma grande homenagem à obra “O Iluminado” (1980) de Stanley Kubrick. Todos os integrantes da banda Thirty Seconds To Mars vão para um hotel descansar quando coisas estranhas começam a acontecer. Você encontra tudo no clipe: o hotel, os corredores assustadores, a máquina de escrever de Jack Torrance, o bar, a festa e o misterioso quarto 237 (que no clipe é 6277).



8) Mad Max 3 (1985): 2Pac - California Love

California Love representa bem a estética dos filmes da trilogia Mad Max. Se baseando no terceiro filme, temos a cúpula onde ocorrem as lutas no longa, o deserto, a agressividade do povo pós-apocalíptico e os carros e motos turbinados. Só faltou mesmo a Tina Turner.

9) As Patricinhas de Beverly Hills (1995): Iggy Azalea - Fancy 

Clássico dos anos 90, “As Patricinhas de Beverly Hills” (1995) foi o filme que a rapper Iggy Azalea escolheu para homenagear. No clipe de Fancy tem tudo, a escola, as roupas famosas da protagonista Cher, o computador que monta os looks, além de várias cenas recriadas. Veja abaixo:


10) Moulin Rouge (2001): The Killers - Mr. Brightside

O clipe de Mr. Brightside foi inspirado no romance proibido de um artista com uma prostituta de "Moulin Rouge! Um Amor em Vermelho" (2001). A banda The Killers se apresenta num bordel que relembra a atmosfera do musical e ‘o vilão’ que tenta separar o casal também está presente nessa versão.


Quais outros clipes você conhece que fazem referência ao cinema? Compartilhe com a gente!
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Tudo o que você queria saber sobre o Oscar

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O prêmio cinematográfico mais famoso do mundo começou de forma bem singela. Recheada de polêmicas ao longo dos anos, a cerimônia que ocorre anualmente desde 1929 tem muita história. Mas você sabe como tudo começou? Os bastidores da premiação mais badalada do cinema você confere nessa matéria especial que a 365 preparou !

UM POUCO DE HISTÓRIA

O 'nascimento' da Academia, em 1927
Em 1927, o chefe dos estúdios da MGM [Metro-Goldwyn-Mayer], Louis B. Mayer e alguns convidados durante um jantar, discutiram a criação de um grupo para beneficiar a indústria cinematográfica. Nasceu então a International Academy of Motion Picture Arts and Sciences (Academia Internacional de Artes e Ciências Cinematográficas), com o ator Douglas Fairbanks como seu primeiro presidente. 

Primeira entrega de prêmios do Oscar
Concordando em instituir um prêmio anual, só em 1929 acontece a primeira premiação, com o objetivo de promover filmes, artistas e estúdios. A cerimônia foi em forma de um banquete, que ocorreu no dia 16 de maio no Roosevelt Hotel, com 270 participantes. Nessa primeira edição, os ganhadores foram anunciados três meses antes! No ano seguinte a Academia manteve os resultados em segredo, mas deu uma lista antecipada aos jornais para publicação às 23 horas. Esse procedimento continuou até 1940, quando o Los Angeles Times quebrou o acordo e publicou a lista de vencedores pouco antes da cerimônia começar. Isso fez com que eles passassem a utilizar o sistema de envelope selado - usado até hoje. 

Em 1930, a expectativa para a premiação era tanta que uma estação de rádio de Los Angeles fez uma transmissão ao vivo. Essa foi a primeira vez que o público em geral teve contato com o glamour de uma das maiores festas do cinema. Mas foi somente em 1953 que ocorreu a primeira transmissão televisionada da cerimônia, para os Estados Unidos e Canadá. Em 1966, foi a vez da primeira transmissão em cores, e só em 1969 que o Oscar se tornou internacional, sendo exibido em 200 países. [No Brasil, ele chegou um ano depois, 1970, sendo que nosso país e o México foram os primeiros países, além dos Estados Unidos e do Canadá, a televisionarem ao vivo, via satélite].

Atualmente ela é televisionada ao vivo para mais de 225 países ao redor do mundo!

A realização da cerimônia enfrentou poucos problemas através dos anos: em 1938 foi adiada pela primeira vez, devido as inundações em Los Angeles. Em 1968, o Oscar foi adiado alguns dias em respeito ao falecimento do Dr. Martin Luther King Jr. E o último adiamento, foi em 1981, quando houve uma tentativa de assassinato do então presidente estadunidense, Ronald Reagan.

O OBJETO MAIS COBIÇADO

Na época da formação da Academia, a ideia era criar um troféu ‘majestoso’. O diretor de arte da MGM, Cedric Gibbons, projetou a famosa estatueta que conhecemos hoje: um cavaleiro segurando sua espada, em cima de um rolo de filme. As estatuetas são de bronze maciço e banhadas em ouro 24 quilates! Elas medem 34 centímetros e pesam 3,85 kg.

Os cinco raios que saem da estatueta representam as cinco áreas originais da Academia: diretores, atores, escritores, produtores e técnicos. 

Oficialmente, o nome do prêmio não é Oscar, e sim Academy Award of Merit. As lendas de como o apelido surgiu são várias, a mais comum delas é de que a bibliotecária da Academia [e eventual diretora executiva] Margaret Herrick ao ver o troféu pela primeira vez, comentou que ele se assemelhava a seu tio Oscar. A Academia não adotou o nome oficialmente até 1939, mas não deu outra, “Oscar” já estava na boca do povo.

Ah! E até hoje, a Academia já entregou 3.048 prêmios!

REGRAS

As regras que tornam um filme elegível para o Oscar diferem de categoria para categoria, bem como os prazos para se inscrever (se você quiser conferir regra por regra, clique aqui!)

Para ter uma ideia de tempo, por exemplo, as regras e prazos valendo para essa edição de 2017, foram divulgados em junho de 2016.

Tudo é muito bem organizado, já temos até mesmo a data da premiação do ano que vem! A 90ª cerimônia do Oscar vai acontecer em 04 de março de 2018

Com muitas variações desde a primeira edição, atualmente, a cerimônia principal do Oscar é feita em vinte e quatro categorias concorrentes, sendo elas: Melhor Ator; Ator Coadjuvante; Melhor Atriz; Atriz Coadjuvante; Longa-Metragem de Animação; Direção de Arte; Diretor de Fotografia; Figurino; Direção; Filme Documentário; Curta Documentário; Edição de Filme; Roteiro Original; Roteiro Adaptado; Efeitos Visuais; Edição de Som; Som; Curta-Metragem – Filme; Curta-Metragem – Animado; Melhor Filme; Música (Canção); Trilha Sonora; Maquiagem; e Filme em Língua Estrangeira.

A votação das nomeações é realizada usando cédulas de papel e/ou on-line. Essa votação para nomeações começa no final de dezembro, e todos os votos são computados pela empresa PricewaterhouseCoopers.

Os resultados da nomeação são então anunciados em uma conferência de imprensa ao vivo em meados de janeiro [como ocorreu no começo desse ano].

Logo após, começa o processo de votação para os vencedores. A maioria das categorias é nomeada pelos membros do ramo correspondente: atores nomeando atores, editores de filmes nomeando editores, etc. No entanto, algumas categorias, como Filme em Língua Estrangeira e Animação têm regras especiais para votação.

Todos os membros com direito a voto da Academia são elegíveis para selecionar os nomeados para Melhor Filme.

OSCAR HONORÁRIO

Jackie Chan recebendo o Oscar Honorário pelo pioneirismo em sua carreira, em novembro de 2016
O prêmio de Oscar Honorário é concedido para quem contribuiu de formas excepcionais para o cinema, como o conjunto da obra de diretores e artistas. Também pode ser dado a uma organização, como a National Film Board of Canadá em 1988, ou até mesmo uma empresa, como a Eastman Kodak, que recebeu nesse mesmo ano. Há também a possibilidade de ser conquistado por serviços excepcionais prestados para a Academia, sendo que a última vez que isso aconteceu foi em 1979, quando uma estatueta do Oscar foi entregue a Hal Elias, que tinha servido mais de 25 anos no Conselho de Governadores da Academia.

O prêmio é dado a critério do Conselho de Governadores e não é necessariamente concedido todos os anos. Além de acontecer separadamente da cerimônia principal.

Uma das entregas mais curiosas, foi em 1939, quando Walt Disney recebeu um Oscar em tamanho normal e sete estatuetas em miniatura, pela obra "Branca de Neve e os Sete Anões" (1937), em reconhecimento por sua inovação significativa, para o novo campo dos desenhos animados.

Gostou de saber mais sobre o Oscar? Deixe sua opinião nos comentários.

E não se esqueça: a 89ª cerimônia do Oscar é nesse domingo!

Logan: o ser humano além do herói

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Como seria o nosso mundo se existissem super-heróis? Essa é a principal pergunta que a tanto a Marvel quanto a DC tentam responder, cada uma a seu modo. Os X-Men sempre lidaram com isso de uma forma que trazia reflexão, trabalhando em cima do preconceito e as divisões de raças. Logan traz essa característica, apesar de não ser seu foco. Com os mutantes quase extintos é difícil ver isso, assim a humanidade fica por conta dos próprios personagens.

Depois de seis longas do grupo X-Men e mais dois em que é o protagonista, Hugh Jackman finalmente teve a oportunidade de trabalhar o Wolverine com toda a sua profundidade de personagem, com seus poderes apenas moldando o herói, não sendo assim sua principal característica. O tempoé o principal vilão nesse filme, ao atingir tanto Logan quanto o Professor Xavier, dois grandes mutantes que agora não conseguem mais controlar suas próprias forças. O Professor vive dependente de remédios, lentamente perde a noção da realidade, enquanto Wolverine encontra nas bebidas o refúgio para a dor e o sofrimento que a velhice e as perdas durante a vida lhe causam.
A mudança do nome, de Wolverine para Logan, nada mais é do que o próprio personagem visto como o ser humano além do herói. O carcaju que já foi tão explorado por sua ferocidade e selvageria, agora está mais domesticado, algo que a idade cobra de todos. Wolverine envelheceu e se humanizou, as feridas que antes se curavam agora permanecem expostas, sejam elas físicas ou mentais. Somos apresentados a um herói que está quebrado, e isso é algo que Hugh Jackman consegue explorar plenamente, seja no modo de andar até na falta de humor ácido, pelo qual o personagem é conhecido.
A pequena Laura, arma X-23, interpretada pela atriz Dafne Keen, chama atenção do início ao fim com seus silêncios julgadores ou gritos ferozes. Ela nada mais é do que uma cópia do Wolverine, mas tão selvagem quanto inocente, e é exatamente aí que está a beleza da personagem. Logan não aceita seu papel paternal de início, mas se vê forçado a cumprir a missão de levá-la a um lugar seguro, mesmo que seja ela quem a protege várias vezes durante o filme. Essa inversão de papéis aprofunda ainda mais os dois personagens: a garota que não precisa de um defensor, mas é dependente; e o super-herói que não se vê mais capaz de lutar, mas se sente obrigado a entrar no papel que desempenhou por toda sua vida.

No final, fica claro que aviolênciaé o principal personagem do filme, seja nas lutas sem censura, no sangue escorrendo ou na destruição do personagem que era indestrutível. Toda violência tem seu fim e ele está em todos os lugares: no passado repleto de mortes de Logan, nos seus amigos que já não estão presentes, na paisagem desoladora dos desertos, nas referências utilizadas e até mesmo na trilha sonora, com Johnny Cash.  

Não é um filme leve, não há piadas. “Logan” é cru, violento e doloroso, e esse é o final que o grande Wolverine merecia. E como fechamento de um ciclo, fica a principal luta que o Carcaju enfrentava e ela é passada para a sua pequena “cópia”: não ser o que ele foi criado para ser. 

Os 100 melhores filmes do século XXI dirigidos por mulheres

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Ainda pouco reconhecidas na indústria cinematográfica, as mulheres lutam por questões básicas, como o trabalho remunerado justo - como vemos em dezenas de casos de atrizes questionando os baixos salários em relação a seus colegas homens. (Caso EmmyRossum).

Os incentivos para que as mulheres se interessem pelo audiovisual e ganhem seu espaço partem de diversas frentes. Recentemente o cineclube feminista Cineclube Delas, que busca destacar o trabalho da mulher no meio cinematográfico, criou uma lista de 100 melhores filmes deste século, somente comandados por mulheres.

Existem milhares de listas de melhores filmes, mas o Cineclube Delas observou que, por exemplo, em uma seleção recente divulgada pela revista francesa "Télérama", apenas dois dos filmes eram dirigidos por mulheres. Inspiradas nesse modelo de lista e na falta de representatividade, surgiu os "100 Melhores Filmes Dirigidos por Mulheres no Século XXI". Buscando reforçar a diversidade, o Cineclube optou em destacar só um filme por cineasta.

E como o dia de hoje não poderia passar em branco, para celebrar o fortalecimento feminino no cinema, selecionamos os 10 primeiros filmes da lista feita pelo Cineclube Delas. Os demais estão logo abaixo. Confira:

10) Que Horas Ela Volta?

Que Horas Ela Volta? | Anna Muylaert | 2015
Val (Casé) se muda de Pernambuco em busca de melhores condições de vida, mas tem que deixar a filha para ser cuidada por parentes. Depois de treze anos trabalhando em São Paulo e morando na casa dos patrões, sua filha Jéssica (Márdila) vem para a cidade para prestar o vestibular. É aí que a realidade dos conflitos sociais se revelam, mostrando a hipocrisia do nosso país. A história de Val é o retrato de dezenas de histórias de vida de muitas outras empregadas domésticas pelo Brasil afora. Quando exibido no Festival de Sundance em 2015, garantiu o "Prêmio Especial do Júri" na categoria de interpretação de cinema mundial para Regina Casé e Camila Márdila. Já no Festival de Berlim, o filme conquistou o prêmio de melhor ficção na "Mostra Panorama".

09) Às Cinco da Tarde

Panj é asr | Samira Makhmalbaf | 2003
Situado em um Afeganistão após a queda do regime Talibã, o filme acompanha a jovem Noqreh que passa a frequentar a escola contra a vontade de seu pai conservador. Entre a dura realidade de sua vida em casa, ela aprende mais sobre democracia na escola e começa a sonhar em se tornar o próximo presidente do país. "Às Cinco da Tarde" foi o primeiro filme a ser rodado no Afeganistão após a queda dos Talibã, e ele garantiu à diretora Samira Makhmalbaf o Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2003.

08) O Intruso

L'intrus | Claire Denis | 2004
Louis Trebor é um homem próximo dos 70 anos que vive sozinho com seus cachorros em uma floresta perto da fronteira entre a França e a Suíça. Ele tem problemas no coração e está em busca de um transplante. Tentando acertar sua vida antes que algo aconteça, ele sai em busca do filho que foi embora para o Tahiti anos antes, porém deixa para trás o outro filho que mora nas proximidades com a família.

07) Shara

Sharasôju | Naomi Kawase | 2003
A família Aso vive na antiga cidade de Nara, no Japão. Um dia, Kei, um dos gêmeos da família desaparece de repente. Cinco anos depois, Shun, seu irmão, agora é um estudante de arte, que tenta seguir em frente mas ainda não superou o acontecido. O filme foi indicado para a Palma de Ouro em Cannes.

06) O Pântano

La Ciénaga | Lucrecia Martel | 2001

Filme de estreia da diretora Lucrecia Martel. A história segue a vida de duas mulheres e suas famílias em uma pequena cidade provincial na Argentina. Mecha é uma mulher em torno de 50 anos, que tem 4 filhos e um marido que procura ignorar bebendo cada vez mais. Já Tali é prima de Mecha e também tem 4 filhos, sendo que ama seu marido e sua família. Em meio a um verão infernal, as duas famílias entram em conflito.

05) Selma: Uma Luta Pela Igualdade

Selma | Ava DuVernay | 2014
O filme acompanha a luta histórica do Dr. Martin Luther King Jr. (David Oyelowo) para garantir o direito ao voto para os afro-americanos, em uma campanha que culminou na épica marcha da cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital Montgomery. Envolvido nas polêmicas da falta de diversidade racial do Oscar 2015 por não ter sido indicado nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Ator, o longa conquistou somente o Oscar de Melhor Canção Original, por “Glory”.

04) Tempo de Espera

La Saison des Hommes | Moufida Tlatli | 2000
Aicha é uma mulher que tem um filho autista e duas jovens filhas. Ela decide voltar à ilha de Djerba - onde se casou, teve os filhos e se separou. Aos poucos o presente e o retorno à ilha traz memórias do sofrimento e da humilhação que as mulheres passam ao serem submissasà sogra, além das lembranças da longa espera das mulheres da ilha sem os homens, que viajam para a cidade para vender os tapetes que elas produzem. Aos poucos os segredos se revelam e as histórias de Aicha se ligam à vida amorosa conturbada de suas filhas.

03) Là-bas

Là-bas | Chantal Akerman | 2006
Um casal de vizinhos é visto através de cortinas lendo na varanda de sua casa em Tel Aviv. Eles fumam, bebem chá, conversam e refletem: seria Israel de fato a terra divina prometida ou apenas um local de exílio e isolamento? O documentário da diretora Chantal Akerman foi indicado ao Prêmio César - conhecido popularmente como o “Oscar Francês" -.

02) Hannah Arendt – Ideias que Chocaram o Mundo

Hannah Arendt | Margarethe Von Trotta | 2012
O longa acompanha a história da famosa filósofa judia-alemã, Hannah Arendt, que após o julgamento do oficial nazista Adolf Eichmann, escreveu um polêmico trabalho chamado "Banalidade do mal”, que fala das motivações de quem cometeu crimes de guerra e até mesmo de judeus envolvidos no Holocausto. A equipe do filme é majoritariamente feminina, com Margarethe Von Trotta na direção, Pamela Katz como co-roteirista, Caroline Champetier na direção de fotografia, Bettina Böhler como chefe de montagem e Bettina Brokemper na produção.

01) As Praias de Agnès

Les Plages d'Agnès | Agnès Varda | 2008
Agnès Varda explora suas memórias com fotografias, clipes de filmes, entrevistas, encenações e cenas contemporâneas divertidas e lúdicas. Com cerca de 80 anos, Agnès compõe uma autobiografia - crescendo na Bélgica, vivendo em Paris, a descoberta do cinema e sua participação na Nouvelle Vague, sua militância feminista, o casamento e os filhos com Jacques Demy. Ela conquistou o Prêmio César por Melhor Documentário, em 2009.


Confira o restante da lista do Cineclube Delas:

11) Encontros e Desencontros (2003) de Sofia Coppola
12) Persépolis (2007) de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud
13) Hamaca Paraguaya (2006) de Paz Encina
14) Garotas (2014) de Céline Sciamma
15) A Teta Assustada (2009) de Claudia llosa
16) Cavalo de Turim (2011) de Ágnes Hranitzky e Béla Tarr
17) O Julgamento de Viviane Amsalem (2014) de Ronit Elkabetz e Shlomi Elkabetz
18) Low Life (2011) de Elisabeth Perceval e Nicolas Klotz
19) Pessoas-pássaro (2014) de Pascale Ferran
20) Guerra ao Terror (2008) de Kathryn Bigelow
21) Precisamos Falar Sobre Kevin (2011) de Lynne Ramsay
22) Bicho de Sete Cabeças (2001) de Lais Bodanzky
23) Fish Tank (2009) de Andrea Arnold
24) Histórias que Contamos (2012) de Sarah Polley
25) A Pequena Jerusalém (2005) de Karin Albou
26) Trabalhar Cansa (2011) de Juliana Rojas e Marco Dutra
27) Coração de Cachorro (2015) de Laurie Anderson
28) Wendy and Lucy (2008) de Kelly Reichardt
29) Raw (2016) de Julia Ducournau
30) Justiça (2004) de Maria Augusta Ramos
31) Os Dias com Ele (2013) de Maria Clara Escobar
32) Toni Erdmann (2016) de Maren Ade
33) Cidade de Deus (2002) de Katia Lund e Fernando Meirelles
34) Todo o Resto (2016) de Natalia Almada
35) 24 Semanas (2016) de Anne Zohra Berrached
36) O Brilho de uma Paixão (2009) de Jane Campion
37) The Fits (2016) de Anna Rose Holmer
38) E Buda Desabou de Vergonha (2007) de Hana Makhmalbaf
39) A Cidade onde Envelheço (2016) de Marilia Rocha
40) Sem Deus (2016) de Ralitza Petrova
41) Anti-herói Americano (2003) de Shari Springer Berman e Robert Pulcini
42) Para Onde, Senhora? (2015) de Manuela Bastian
43) The Babadook (2014) de Jennifer Kent
44) A Atração (2016) de Agnieszka Smoczynska
45) Pequena Miss Sunshine (2006) de Valerie Faris e Jonathan Dayton
46) Educação (2009) de Lone Scherfig
47) XXY (2007) de Lucía Puenzo
48) Pelo Malo (2013) de Mariana Rondón
49) Mutum (2007) de Sandra Kogut
50) Garota Sombria Caminha pela Noite (2014) de Ana Lily Amirpour
51) Tempestade de Areia (2016) de Elite Zexer
52) Monster - Desejo Assassino (2003) de Patty Jenkins
53) Lobo e Ovelha (2016) de Shahrbanoo Sadat
54) Na Escuridão (2011) de Agnieszka Holland
55) Uma Vida em Segredo (2001) de Suzana Amaral
56) El ultimo Verano de la Boyita (2009) de Julia Solomonoff
57) Pariah (2011) de Dee Rees
58) Era o Hotel Cambridge (2016) de Eliane Caffé
59) A Escola de Babel (2013) de Julie Bertuccelli
60) Mate-me Por Favor (2015) de Anita Rocha da Silveira
61) Minha Amiga do Parque (2016) de Ana Katz
62) Em Minha Pele (2002) de Marina de Van
63) She’s Beautiful When She’s Angry (2014) de Mary Dore
64) Uma Vida Simples (2011) de Ann Hui
65) Ralé (2015) de Helena Ignez
66) Lixo Extraordinário (2010) de Karen Harley, Lucy Walker e João Jardim
67) Alba (2016) de Ana Cristina Barragán
68) Girimunho (2011) de Clarissa Campolina e Helvécio Marins Júnior
69) A Chave para a Lavanderia (2013) de Floriane Devigne e Fred Florey
70) Hora do Chá (2014) de Maite Alberdi
71) A Vingança de uma Mulher (2012) de Rita Azevedo Gomes
72) Divinas (2016) de Houda Benyamina
73) Amor, Plástico e Barulho (2013) de Renata Pinheiro
74) Hoje (2011) de Tatá Amaral
75) Linha de Passe (2008) de Daniela Thomas e Walter Salles
76) A Alma da Gente (2013) de Helena Solberg e David Meyer
77) Barba Azul (2009) de Catherine Breillat
78) O Pai das Minhas Filhas (2009) de Mia Hansen-Love
79) Inverno da Alma (2010) de Debra Granik
80) Minhas Mães e Meu Pai (2010) de Lisa Cholodenko
81) Psicopata Americano (2000) de Mary Harmon
82) Lugar Nenhum na África (2001) de Caroline Link
83) O Lar (2008) de Ursula Meier
84) A Cortina de Açúcar (2005) de Camila Guzmán Urzúa
85) Beleza Adormecida (2011) de Julia Leigh
86) Attenberg (2010) de Athina Rachel Tsangari
87) Olmo e a Gaivota (2014) de Petra Costa e Lea Glob
88) Um Casamento à Indiana (2001) de Mira Nair
89) Encantadora de Baleias (2002) de Niki Caro
90) Precisamos Falar do Assédio (2016) Paula Sacchetta
91) Câmara de Espelhos (2016) de Dea Ferraz
92) Noite n.1 (2011) de Anne Émond
93) Farol (2006) de Mariya Saakyan
94) Respire (2014) de Mélanie Laurent
95) O Diário de uma Adolescente (2014) de Marielle Heller
96) Virgem Juramentada (2015) de Laura Bispuri
97) Aos Treze (2003) de Catherine Hardwicke
98) Caramelo (2007) de Nadine Labaki
99) Minha Vida sem Mim (2003) de Isabel Coixet
100) Jovem Aloucada (2012) de Marialy Rivas

Gostou de conhecer mais do trabalho das mulheres cineastas?
Participe com a gente da maratona #52FilmsByWomen. Funciona assim: assista ao longo do ano 52 filmes dirigidos por mulheres e publique em suas Redes Sociais usando a hashtag #52FilmsByWomen. Juntos ajudamos a promover os filmes e as cineastas.
Saiba mais aqui.


O que acontece quando a internet invade o cinema?

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Internet: O Filme aconteceu a todo o vapor: foi anunciado em julho do ano passado e em poucas semanas já tinha sido filmado. Dirigido por Filipo Capuzzi Lapietra e com roteiro de Rafinha Bastos e Dani Garuti, a produção é constituída de esquetes que dialogam com situações do dia-a-dia. Trazendo um leque de personalidades que se popularizaram no YouTube - como PC Siqueira, Felipe Castanhari, Whindersson Nunes e Pathy dos Reis -, essa é a primeira grande tentativa de migração das chamadas “novas mídias” para as mídias tradicionais. O que isso significa para o mercado cinematográfico nacional?
As youtubers Mamrie Hart, Grace Helbig e Hannah Hart responsáveis pela produção Camp Takota
O filme vem como a consolidação de que a comunidade brasileira do YouTube está seguindo de perto os passos da comunidade estadunidense. E mais perto do que o esperado. Lá fora, várias tentativas de migração de youtubers para as mídias tradicionais vêm acontecendo desde a criação do site, em 2005. No entanto, esse fenômeno só encontrou bases sólidas em solos norte-americanos há pouco mais de dois anos, com o tímido lançamento da produção Camp Takota.

A produção não foi um grande sucesso, mas foi um lançamento sólido. Limitado a uma distribuição apenas em plataformas digitais, conhecidas por não divulgarem o lucro de seus projetos, Camp Takota pareceu agradar aos investidores, mas o dinheiro não foi o único fator importante. O filme testou as águas da nova empreitada dos criadores de conteúdo online – e, deve-se dizer, que de uma forma ousada: com três protagonistas femininas– e, mesmo fora do circuito comercial, recebeu críticas encorajadoras que deram base para outras produções que apresentavam uma distribuição cada vez maior. Por fim, os youtubers chegaram nas salas de cinema convencionais com a comédia Smosh: O Filme (2015).
Anthony Padilla e Ian Hecox, integrantes da dupla de humor Smosh


O grande atrativo dessas produções para os investidores é a audiência já garantida pelo número de inscritos nos canais dos atores. A dupla Smosh, por exemplo, possui mais de 20 milhões de seguidores na rede social. Apesar de uma novidade, os filmes de youtubers não são encarados como arriscados para os estúdios por essa base de fãs já consolidada. Um exemplo nacional disso é o filme É Fada (2016). Protagonizado por Kéfera Buchmann, recebeu inúmeras críticas negativas, mas ainda assim ficou entre as maiores bilheterias do país em sua estreia.

Apesar disso, conciliar o público-alvo da internet com os desejos dos grandes estúdios sem perder a identidade que atraiu os fãs em primeiro lugar pode ser difícil. Acostumados com a autonomia da criação de conteúdo online, os youtubers estadunidenses começaram a adentrar o cinema por meio de produções independentes, que se assemelham com a liberdade que têm na internet. Aqui no Brasil, no entanto, essa entrada vai ser diferente: os longa-metragens são produções de grandes empresas como a Globo Filmes e a Paris Filmes.

Só o tempo dirá se Internet: O Filme vai ser um testamento para futuros longas advindos do YouTube ou uma visão caricaturada do que a mídia tradicional pensa sobre as novas mídias. Seja o que for, o aspecto comercial do filme com certeza vai abrir portas para outros youtubers brasileiros alcançarem as telonas, independente da qualidade do conteúdo oferecido.

Eduardo Coutinho e seus documentários: breve análise

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Eduardo de Oliveira Coutinho, documentarista brasileiro conhecido por suas obras tais como “Edifício Master” (2002), “Cabra Marcado Para Morrer” (1985) e “Santo Forte” (1999) teve um final tão trágico quanto algumas das histórias contadas em suas obras, sendo assassinado por seu próprio filho, vítima de esquizofrenia, dentro de seu apartamento em Copacabana no dia 2 de fevereiro de 2014.

Considerado por muitos como um dos maiores documentaristas brasileiros, Coutinho deixou um legado para toda a produção cinematográfica nacional, levantando diversas questões, sobretudo no que tange a produção de documentários e a linha tênue entre a ficção e verdade, dando voz a personagens anônimos, personagens geralmente ignoradas pelo cinema, tornando-os partes fundamentais em suas narrativas.

E, ao colocar personagens desconhecidos diante das câmeras, Coutinho além de trazer visibilidade para diversas questões que passam despercebidas tanto pelo cinema quanto pela população, dá relativo protagonismo ao sujeito ordinário, embora seja explícita a desigualdade na relação entre câmera e entrevistado. Outro ponto interessante de se ressaltar nessa relação é a forma com a qual o entrevistado relate os fatos, também se aproximando muito da ficção ao selecionar mentalmente qual será a melhor maneira para relatar sua trajetória e em quais aspectos se apegará, por exemplo.

Ainda que o documentário seja visto por muitos como um relato da “verdade nua e crua”, ele torna-se então uma questão de perspectiva, subjetiva. Renato Tardivo diz que na obra de Coutinho não se fazia sentido a proposição da filmagem da verdade cotidiana, mas sim da verdade da filmagem, que ele define como “este hiato invisível – e infinito – entre entrevistador e entrevistado, de onde emergem as personagens reais. (...) A verdade é inapreensível e suas formulações, inesgotáveis”, uma das várias representações possíveis, sem que necessariamente o entrevistador tenha pleno controle dos resultados das entrevistas, mas da edição do produto final.



Próximo ao lançamento de “Edifício Master”, Coutinho havia falado sobre a relação entre a verdade e a ficção, citando David MacDougall, documentarista autor do livro “O Cinema Transcultural”:
Ele diz que a partir do momento que você quer filmar o real, mesmo o etnógrafo mais puro, que não quer inventar nada, e filma 15 horas o litoral, depois 12 horas a ressaca, mesmo assim ele não pode se iludir que está filmando o real. O que ele está filmando, apenas nesse caso extremo, é o encontro entre o mundo do cineasta ou da equipe e o mundo do outro.
A partir disso, o cineasta então busca em sua produção traçar um vínculo intenso entre sua obra e o espectador. Segundo Milton Ohata, organizador do livro “Eduardo Coutinho”, editado pela Cosac Naify,
Coutinho consegue falar das pessoas comuns com muita verdade. Público e especialistas gostam dos filmes dele por causa disso, tudo é muito pensado esteticamente. A ‘feiura’ é proposital. Ele é o grande responsável pelo boom do documentário brasileiro e consegue ter liberdade trabalhando com baixos orçamentos.
Complementando, o documentarista ressalta que no resultado final, ficção e documentário se aproximam muito, embora a ficção tenha menos preocupações éticas que o documentário, já que este é visto há cem anos como para educar, ensinar e dizer apenas a verdade, sendo impossível de se vender algo assim.

Talvez a maior de suas obras, o “Edifício Master”, lançado em 2002, mostre como o cineasta busca sugerir um olhar para que o público veja e participe da obra. Os personagens são alguns dos moradores entrevistados pela equipe de Coutinho – que residiu durante uma semana no local – que ganham voz ao falarem do cotidiano do edifício de Copacabana e suas respectivas vidas. A obra coloca o espectador diante de inúmeras questões, fazendo-o refletir e se emocionar, mesmo sem uma trilha sonora ou até mesmo uma boa fotografia: ao que parece, o filme foi feito com baixo orçamento e isso acaba por dar ênfase aos relatos e em toda a forma simples com a qual o documentário é apresentado. A crueza e a forma da realidade ali explicitada já bastam, sendo ainda mais evidenciadas pelo aspecto claustrofóbico dos corredores escuros e dos apartamentos apertados.

E é exatamente a partir de questões como estars que Coutinho consegue fazer então emergir uma 'atmosfera de verdade', sobretudo ao saber conduzir os entrevistados como um psicanalista, tendo precisão em suas colocações, colocando assim o próprio entrevistado em diálogo consigo mesmo, pondo o particular e o único, como algo universal, possível, comum.

Em entrevista concedida em 2002 a Marília Gabriela, no programa “De Frente com Gabi”, Coutinho define que os documentários que ele faz
são tão ficcionais quanto filmes de ficção, só que mais até. (...) E no “Edifício Master” as pessoas elaboram – ficcionalmente – dizendo a ‘verdade entre aspas’, que ninguém sabe qual é, eles elaboram suas vidas de uma tal forma que é ficção. Uma pessoa me disse que o “Master” lembra um melodrama, e é interessante dizer isso pelo seguinte: nesse filme, eles falando de suas vidas, você nota como é forte a telenovela. Porque todos têm essa experiência de ‘o reconhecimento do pai, a pessoa que não sabe quem é seu pai, quem é seu filho, sua mãe’, isso está presente. Por isso que a novela é forte.
Pode-se perceber então a presença da ficção em “Edifício Master”, seja nos diálogos ou na própria edição do autor, que não descarta de forma alguma isso, não corroborando com o pensamento do documentário como apenas informativo ou educativo. Em outra entrevista dada ao programa “Sangue Latino”, no Canal Brasil, ele conclui então que
(...) toda memória é inventada. Isto é, não é porque é mentirosa, é porque é uma memória que podia ser diferente três dias depois com outra pessoa. Então depende de uma interação, de um momento que as pessoas dizem coisas e que, se eu acredito, são verdadeiras, mas que não tem como checar na medida em que falam sentimentos (...). Como são pessoas que não estão ao Google, são geralmente pessoas não-públicas, se fala e fala com força, fala com verdade entre aspas, são verdadeiras. Mas até que ponto checar se são verdadeiros os sentimentos do passado? E então eu acho que as pessoas simplesmente contam as coisas, não só memórias, para dar sentidos as suas vidas (...). Tem filósofos e sociólogos que dizem isso, que a pessoa tem de ser justificada, tem que ser legitimada e falar ao outro, se você criar as condições e se legitimar (...) A necessidade mais essencial do ser humano é essa: é ser legitimado.
O documentário então explora uma suposta necessidade de legitimação por parte das pessoas entrevistadas. As pessoas geralmente sentem essa necessidade de serem ouvidas, seja pelas câmeras de Coutinho ou por qualquer outra pessoa. É uma relação que se aproxima tanto de uma terapia quanto da própria atuação ficcional, como dito anteriormente. E aí consiste a questão do melodrama, ao romantizarem suas próprias histórias, de se colocarem em suas histórias como personagens. E a câmera é a chance de se colocarem como protagonistas, coisa que por vezes nem as suas vidas inteiras fizesse, sentindo-se invisíveis para o mundo. Portanto, sentem essa necessidade frisada por Coutinho de se colocarem enquanto agentes ativos diante das câmeras e do mundo, com suas experiências, alegrias e tristezas. Vale ressaltar que esse aspecto da legitimação dos personagens é presente em praticamente todas as obras de Coutinho.

Concluindo, boa parte das obras de Eduardo Coutinho podem ser vistas como análises do Brasil contemporâneo, vítima de um capitalismo de modernização com perspectivas indefinidas e completamente desiguais - algo cada vez mais evidente. Coutinho consegue retratar com simplicidade e beleza tantas questões cotidianas - algumas mais distantes de nós; outras, pelo contrário, tão próximas - propondo as mais variadas perspectivas de se observar a vida do plural povo brasileiro.

Primeiro musical da Pixar ganha seu primeiro trailer. Assista

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"Viva - A Vida é uma Festa" (Coco, no original) será a nova animação da Pixar, dirigida por Lee Unkrich (Toy Story 3, Procurando Nemo, Monstros S.A.).  Além de ser o primeiro musical dos estúdios Pixar, também é o primeiro filme protagonizado por um personagem latino.

O filme conta a história de Miguel, um menino de 12 anos que vive em uma vila mexicana e deseja ser um músico famoso, se inspirando em seu ídolo, Ernesto de la Cruz. Como sua família desaprova o sonho por uma questão familiar, Miguel desencadeará uma série de eventos que o levará até a Terra dos Mortos. Apesar da sugestão do nome, o Dia dos Mortos, como é conhecido no México, é um feriado recheado de muitas cores e alegria, como a animação "Festa no Céu" (Book of Life, 2014), dos estúdios Fox, já mostrou anteriormente.

O elenco conta com o estreante Anthony Gonzalez no papel de Miguel, Gael García Bernal (Hector),
Benjamin Bratt (Ernesto de la Cruz), Renée Victor (Abuelita) e Ana Ofelia Murguia (Mama Coco).

Confira o trailer:

O filme está previsto para ser lançado no Brasil em 4 de janeiro de 2018.

Conheça 7 figurinistas famosos do cinema

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Responsável pela apresentação dos personagens, o figurino é uma das primeiras coisas em que você repara quando algum ator entra em cena. É a primeira percepção que temos dos protagonistas que vamos acompanhar ao longo do filme. 

Antes mesmo de qualquer diálogo, o figurino já representa grande parte da construção das personas, e pode te ajudar a estabelecer melhor as personalidades de cada um. Por vezes grandiosos e luxuosos, outras vezes, simples porém marcantes. Os figurinistas trabalham na produção e confecção do vestuário dos personagens, ajudando assim, a contar uma história. Conheça alguns nomes marcantes do cinema nesta área:

1) Edith Head 

Com 35 indicações ao Oscar e 8 estatuetas ganhas (recorde até hoje), Edith Head é conhecida por seu trabalho em "Janela Indiscreta" (1954), "Um Corpo Que Cai" (1958), "Cinderela em Paris" (1957), "A Princesa e o Plebeu" (1953) , e "Crepúsculo dos Deuses" (1950). Head era considerada a mestre dos vestidos. Trabalhou em 11 filmes do mestre do suspense Alfred Hitchcock, além de 3 filmes com um dos ícones da moda, Audrey Hepburn. Considerada um dos grandes nomes dessa área, até inspirou a personagem Edna Mode da animação “Os Incríveis” (2004).


2) Walter Plunkett

Walter Plunkett é considerado um dos especialistas em trajes de época. Seu trabalho em trajes históricos, como em "E o Vento Levou" (1939), "Os Três Mosqueteiros" (1948) e "Cantando na Chuva" (1952) são alguns destaques. Conquistou um Oscar por "Sinfonia de Paris" (1951).

3) Irene Sharaff 

Indicada 15 vezes, ganhou cinco Oscars. Seus trabalhos mais conhecidos são os filmes "Cleópatra" (1963), "Amor Sublime Amor" (1961), "O Rei e Eu" (1956) e "Hello Dolly!" (1969). Alternava entre o cinema e o teatro, produzindo os trajes das versões teatrais de filmes como "Amor, Sublime Amor" (versão teatral - 1964) e Funny Girl (versão teatral - 1964). Favorita da atriz Elizabeth Taylor, criou os vestidos de "A Megera Domada" (1967) e, em colaboração com o figurinista Renié, os trajes grandiosos de "Cleópatra".

4) Eiko Ishioka

Aclamada figurinista no Japão, Eiko Ishioka foi responsável pelos trajes de "Drácula de Bram Stoker" (1992), "A Cela" (2000) e "Espelho, Espelho Meu" (2012). Em 1988 conquistou dois prêmios Tony (o Oscar do teatro) por sua versão de “M. Butterfly”. Indicada pela Academia duas vezes, ganhou o Oscar de Melhor Figurino por seu trabalho em Drácula.

5) Milena Canonero

Milena Canonero começou sua carreira ao lado de Stanley Kubrick, assinando o figurino de três de seus filmes: "Laranja Mecânica" (1971), "Barry Lyndon" (1975) e "O Iluminado" (1980). Dona de quatro estatuetas do Oscar ela também trabalhou em "O Poderoso Chefão III" (1990), "Maria Antonieta" (2006), de Sofia Coppola, e o recente "O Grande Hotel Budapeste" (2014), de Wes Anderson. 

6) Kika Lopes

Nome de destaque no cinema nacional, a brasileira Kika Lopes começou sua carreira de figurinista em grande estilo na adaptação do livro de Machado de Assis, "Brás Cubas" (1985). Trabalhou também na adaptação do clássico "O Guarani" (1997), e filmes como "Zuzu Angel" (2006) e "O Palhaço" (2011). 

7) Colleen Atwood 

O estilo sombrio do diretor Tim Burton é facilmente identificado pelo público, e muito se deve ao trabalho atencioso da figurinista Colleen Atwood. Grande parceira de Burton, os figurinos chamativos e diferentes são um dos grandes diferenciais dos filmes. Ela já foi indicada 12 vezes ao Oscar, levando quatro prêmios, em "Chicago" (2002), "Memórias de uma Gueixa", (2006), "Alice no País das Maravilhas" (2010) e esse ano por "Animais Fantásticos e Onde Habitam". Atwood também trabalha na televisão, tendo produzido recentemente os figurinos de séries como "Arrow" e "Supergirl".

Você tem algum(a) figurinista preferida(o) no cinema? Compartilhe com a gente!
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10 lançamentos de 2017 para ficar de olho

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O cinema em 2017 está prometendo várias produções empolgantes: grandes blockbusters, expansões no universo dos super-heróis, sequências há muito aguardadas e até mesmo o retorno de antigas franquias de sucesso popular. Só que esse novo ano não se resume a isso. Os festivais– como o Sundance, o SXSW e a Berlinale – já trouxeram os primeiros destaques do ano, enquanto alguns outros filmes já chamam a atenção e esquentam os motores do público antes mesmo de serem exibidos. Para te preparar para os lançamentos que vêm aí, separamos alguns filmes pra ficar de olho no decorrer desse ano, organizados de acordo com a previsão de estreia.

1) Já Não me Sinto em Casa nesse Mundo

I Don’t Feel at Home in This World Anymore | Macon Blair | EUA | Fevereiro
Inspirado num roubo que o próprio diretor sofreu em seu apartamento, essa produção daNetflix ganhou o prêmio principal no Sundance desse ano. Ruth, interpretada por Melanie Lynskey, é uma mulher depressiva que, desacreditada no trabalho da polícia e se sentindo injustiçada, começa uma jornada em busca dos ladrões que invadiram sua casa. Com raízes tanto no drama como na comédia, a estreia de Blair no cinema é uma mistura saudável dos dois. O filme já está disponível para ser assistido na Netflix Brasil.

2) Fragmentado

Split | M. Night Shyamalan | EUA | Março
Shyamalan construiu sua fama em cima de filmes com grandes reviravoltas, como O Sexto Sentido (1999) e A Vila (2004), mas há anos ele não emplacava um sucesso de opinião popular. "Fragmentado" gira em torno do sequestro de três adolescentes por Kevin, um homem que convive com 23 personalidades diferentes em seu cérebro e pode alterá-las ao seu bel prazer. Enquanto tentam escapar do cativeiro, as garotas vão conhecendo cada uma delas. O filme está sendo considerado o grande retorno do diretor para as bilheterias após o lançamento, um tanto tímido, de A Visita, em 2015.

3) The Bad Batch 

The Bad Batch | Ana Lily Amirpour | EUA | Junho (EUA)
A diretora do elogiado filme cult iraniano "Garota Sombria Caminha pela Noite" (2015) volta em uma produção completamente diferente. Em uma distopia onde Mad Max deixa os carros para trás e encontra os hipsters, Samantha, interpretada pela modelo Suki Waterhouse, parte em uma jornada pelos desertos do Texas, onde acaba sendo perseguida por um grupo de canibais liderados por Jason Momoa, de Game of Thrones. Para fugir do grupo, ela busca abrigo numa comunidade alternativa que promete ser um refúgio em meio ao deserto. No entanto, Samantha vai descobrindo que esse oásis não é tão paradisíaco quanto parece. O suspense estreou no Festival de Veneza em 2016, mas só chegará aos cinemas norte-americanos no final do primeiro semestre de 2017. O elenco conta com nomes conhecidos como Keanu Reeves, Jim Carrey e Diego Luna.

4) It Comes at Night

It Comes at Night | Trey Edward Shults | EUA | Junho (EUA)
Shults ficou famoso no circuito dos festivais do ano passado pelo filme "Krisha", um genial drama sobre uma reunião de família contada como um terror psicológico. O diretor reúne outra família esse ano em It Comes at Night, que teve apenas alguns minutos de trailers divulgados, mas já chamou a atenção pelo seu clima intenso. A narrativa pós-apocalíptica abre mão de uma ameaça física para uma psicológica, quando a família encabeçada pelo ator Joel Edgerton– que protagonizou o recente Loving – vê a segurança de sua casa de campo ameaçada pela chegada de pessoas pedindo refúgio do misterioso cataclismo que afetou todo o mundo. Se ainda restar dúvida de que a produção é no mínimo promissora, quem vai distribuir o filme é a empresa independente A24, que foi responsável por sucessos como Sala Verde (2015) e A Bruxa (2016).

5) Okja

Okja | Bong Joon-Ho | Coreia do Sul | Junho
Do mesmo diretor de Expresso do Amanhã (2013), essa produção sul-coreana foi realizada pela Netflix e mostra que 2017 pode ser um ano interessante para as plataformas de streaming online. Okjaé uma ficção científica sobre Mija, interpretada pela jovem atriz Ahn Seo-hyun, que vai fazer de tudo para impedir que uma grande corporação, encabeçada por ninguém menos que Tilda Swinton, capture sua melhor amiga: a criatura gigante que dá nome ao filme. O elenco de peso é provavelmente um dos argumentos mais óbvios para dar uma chance ao filme. Entre os nomes conhecidos estão Jake Gyllenhaal, Giancarlo Esposito, Lily Collins e o ator Steven Yeun, da série The Walking Dead. O filme será lançado mundialmente online, mas também ganhará algumas sessões limitadas nos cinemas dos Estados Unidos.

6) Call Me By Your Name

Call Me By Your Name | Luca Guadagnino | França, Itália, Brasil e EUA | Novembro (EUA)
Ambientado no litoral italiano dos anos 80, o filme se pinta como uma obra de arte sutil ao contar o romance entre Oliver (Armie Hammer), que vai passar o verão na casa de seu professor orientador em arqueologia, e Elio (Timothée Chalamet), o filho desse professor. A produção agradou a crítica ao fugir de elementos narrativos simplórios e mostrar uma relação complexa que se alimenta de desejo e confusão, na qual cada um dos envolvidos figura como a força motriz do relacionamento em momentos distintos do enredo. O roteiro é uma adaptação do aclamado livro de mesmo nome do autor egípcio André Aciman, e o diretor Guadagnino é o responsável pelo remake do clássico Suspiria que já está nas etapas finais de produção.

7) Get Out

Get Out | Jordan Peele | EUA | Sem previsão
Get Out é mais uma prova que os filmes de terror independente estão aí para inovar nas abordagens assustadoras. O tema da vez foi nada menos que o racismo. Daniel Kaluuya, que ficou famoso por estrelar um dos episódios da série Black Mirror, é um jovem negro que vai visitar a misteriosa família de sua namorada branca. O enredo recorre brilhantemente a vários elementos fantasiosos para retratar uma tortura angustiante que esconde uma realidade mais angustiante ainda: a discriminação racial. O filme surpreendeu em sua estreia e chegou a desbancar "LEGO Batman" do primeiro lugar da bilheteria norte-americana.

8) Golden Exits 

Golden Exits | Alex Ross Perry | EUA | Sem previsão
Destaque na Berlinale e no Sundance desse ano, a produção dividiu a crítica, que a rotulou, ao mesmo tempo, como “comercialmente inútil” e “desafiadora obra de arte que se assemelha a Bergman”. O filme incomodou por sua natureza propositalmente frustrante para aqueles que buscam algum tipo de grande resolução dramática para as duas famílias do Brooklyn que veem seus cotidianos entrelaçados com a chegada da jovem intercambista Naomi, interpretada por Emily Browning. O principal objetivo de Golden Exits parece ser, de fato, um filme sobre pessoas comuns que realmente não fazem nada demais. 


9) Gemini

Gemini | Aaron Katz | EUA | Sem previsão
A ensolarada cidade de Los Angeles toma um aspecto mais sombrio nesse suspense policial categorizado pelos críticos como um neo-noir. A direção brilhante de Katz explora os bastidores da fama e a amizade complexa de duas mulheres: a impulsiva estrela de Hollywood, Heather Anderson (Zoë Kravitz), e sua assistente, Jill (Lola Kirke). As luzes neon, o aspecto surreal e a trilha sonora electro-jazz de Keegan DeWitt somam-se para criar um estado constante de perigo, enquanto a protagonista de Lola se torna a investigada e a investigadora depois de um crime que envolve sua chefe. 

10) Song to Song

Song to Song | Terrence Malick | EUA | Sem previsão
Malick, responsável pelo aclamado A Árvore da Vida (2011), retorna para as telonas com um drama romântico, lírico e psicodélico. O diretor leva o conceito de triângulos amorosos ao além nessa produção da qual ele também é responsável pelo roteiro. Tendo o cenário musical do Texas como pano de fundo, as cores vibrantes do filme escondem uma natureza melancólica e conturbada de dois relacionamentos envoltos em sedução e traição, com diversos momentos subjetivos e abertos à interpretação do público. O longa teve sua primeira exibição recentemente no festival SXSW, nos Estados Unidos, e conta com grandes nomes no elenco principal: Rooney Mara, Ryan Gosling, Michael Fassbender e Natalie Portman.

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